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AGU contradiz Bolsonaro e mostra que ele cita PF e família em vídeo

O chefe do Executivo tem insistido que não usou nenhum desses termos durante o encontro com ministros, mas documento prova o contrário

atualizado

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Bolsonaro com máscara da PF
1 de 1 Bolsonaro com máscara da PF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Advocacia-Geral da União (AGU) contradisse oficialmente o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmando, na manifestação entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF)  que ele citou a Polícia Federal e a família Bolsonaro no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. O chefe do Executivo havia dito à imprensa que não havia nenhuma menção a esses termos.

“Não existe no vídeo a palavra Polícia Federal e nem superintendente. Não existem as palavras superintendente e nem Polícia Federal”, disse o presidente na última terça-feira. “Não tem investigação. Não tem família. Não tem palavra investigação.”

Um dos trechos transcritos pela AGU:

“Eu não posso ser surpreendido com as notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento etc. A gente não pode viver sem informação”.

E, em outro, surge a família: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.

Em manifestação enviada ao Supremo, a AGU defendeu o sigilo do conteúdo integral da gravação, mas transcreveu falas de Bolsonaro.

Segundo o documento, Bolsonaro disse que não iria deixar ninguém “foder com a família toda de sacanagem”. Ele também confirmou a intenção de interferir na PF, argumentando que não tinha informações da corporação.

Segundo a AGU, a sequência das gravações da reunião foi tirada de contexto. “As declarações presidenciais com alguma pertinência não estão no mesmo contexto, muitíssimo pelo contrário, estão elas temporal e radicalmente afastadas na própria sequência cronológica da reunião”, diz trecho da peça.

Após receber as gravações, o ministro Celso de Mello deu prazo de 48h para Moro, a AGU e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestarem sobre a possibilidade de divulgação integral do conteúdo. O ex-ministro foi o primeiro a se posicionar positivamente. Falta, ainda, o posicionamento da PGR.

Veja a íntegra do documento:

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Segundo Moro, “a reivindicação pela publicidade total da gravação trará à luz inquietantes declarações de tom autoritário inviáveis de permanecerem nas sombras”.

O vídeo é tido como uma prova em relação às acusações que o ex-juiz da Lava Jato fez contra Bolsonaro. De acordo com ele, o chefe do Executivo quer interferir na Polícia Federal.

O prazo estabelecido pelo ministro do Supremo encerra nesta sexta-feira (14/05), pela manhã.

 

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Bolsonaro quando sofreu o atentado, em 2018
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