“Agora é hora de esfriar a cabeça”, diz Bebianno
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno viveu uma semana de crise, após denúncias de candidaturas laranjas no PSL
atualizado
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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse neste domingo (17/2) que o momento é de “esfriar a cabeça”. Ele foi abordado por jornalistas no hotel onde mora, em Brasília, quando saía para o almoço. Bebianno deu a declaração diante de perguntas sobre se falaria a respeito de sua eventual demissão do cargo. “Agora é hora de esfriar a cabeça”, afirmou o ministro. As informações são de O Globo.
Bebianno viveu uma semana de crise dentro do governo, após denúncias de candidaturas “laranjas” no PSL e um episódio de atrito entre ele e o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). Integrantes do governo dão como certo que o presidente vai exonerar o ministro.
Aos jornalistas que o aguardavam no hotel, Bebianno disse que, por ora, não vai se pronunciar sobre o caso. “Daqui a alguns dias”, afirmou.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada na semana passada revelou repasse do PSL de R$ 400 mil de recursos públicos do fundo partidário para uma candidata de Pernambuco suspeita de ser “laranja”. Bebianno era o presidente do partido durante as eleições e, segundo a reportagem, autorizou os repasses.
Dias depois, para negar que houvesse crise por causa da denúncia do jornal, Bebianno disse que tinha conversado três vezes com Jair Bolsonaro enquanto o presidente ainda estava internado em São Paulo.
Em uma rede social, o vereador Carlos Bolsonaro classificou a afirmação de Bebianno como “mentira absoluta”. Depois, Jair Bolsonaro compartilhou as mensagens do filho na mesma rede social.
Na sexta-feira (15), Bolsonaro e Bebianno se encontraram pela primeira vez depois do episódio. Apesar dos apelos de ministros para que a crise fosse encerrada, o clima continuou tenso, mesmo depois de um encontro reservado entre os dois. Bolsonaro apontou Bebianno como o responsável por vazamentos de informações do governo para a imprensa.
Na madrugada de sábado, o ministro reproduziu um texto sobre lealdade em uma rede social. Bolsonaro recebeu ministros no Palácio da Alvorada ao longo do dia. Entre eles, não estava Bebianno.
Sobre os repasses do PSL para candidatos supostamente “laranjas”, Bebianno disse que não escolhia os candidatos do partido nos estados. Essa atribuição, segundo ele, cabia aos diretórios regionais.
Candidatos laranjas
A palavra “laranja”, sozinha, pode ser empregada para definir alguém que assume uma função ou responsabilidade no papel, mas não na prática. Na prática, ela está cedendo seu nome para uso de outra pessoa. O termo, nesses casos, aparece geralmente em investigações policiais sobre fraudes.
Por isso, o candidato “laranja” é o candidato de fachada. Aquele que entra na eleição sem a intenção de concorrer de fato, com objetivos que podem ser irregulares, como desviar dinheiro do fundo eleitoral. Nessa hipótese, o candidato “laranja” empresta o nome para sair como candidato, mas na verdade faz parte de um esquema com outras pessoas.