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Agenda de Ciro é “inconciliável”, diz economista do DEM

Claudio Adilson Gonçalez avaliou, ainda, o discurso do pré-candidato como “perigoso” e “desestabilizante”

atualizado

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Ciro Gomes dá entrevista ao Metrópoles. Ele usa terno e faz expressão de surpresa - Metrópoles
1 de 1 Ciro Gomes dá entrevista ao Metrópoles. Ele usa terno e faz expressão de surpresa - Metrópoles - Foto: Vinícius Santa Rosa/Especial para o Metrópoles

A pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o economista Claudio Adilson Gonçalez se reuniu nessa terça-feira (17/7) com o responsável pelo programa econômico da campanha de Ciro Gomes (PDT), o também economista Mauro Benevides. No encontro, Gonçalez afirmou que a linha do pensamento econômico liberal “não é conciliável” com as ideias defendidas por Ciro e alertou Benevides sobre o discurso “perigoso” e “desestabilizante” do pré-candidato do PDT.

Ciro tem atuado para atrair o bloco formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade. Nessa movimentação, o pré-candidato do PDT  recalibrou algumas propostas — principalmente sua posição favorável à revogação da reforma trabalhista.

Na terça-feira (17), em evento na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Ciro disse não ser contra a reforma trabalhista, mas “contra essa reforma (proposta pelo governo Michel Temer)”. E justificou o uso da expressão “revogar” usada em outras oportunidades, ao se referir à mesma reforma, como um “cacoete de professor”.

Economista ligado ao DEM, Gonçalez é diretor-presidente da MCM Consultores, foi chefe da assessoria econômica do Ministério da Fazenda e disse ter atendido a um pedido de Maia para fazer análise à equipe de Ciro do que achava de suas propostas. Ele costuma ser requisitado pelo presidente da Câmara para auxiliá-lo em posicionamentos econômicos.

“Sou um profissional de economia. Minha reunião com o assessor econômico Mauro Benevides não teve como objetivo estabelecer plataforma de programa econômico. Apenas mostrei alguns perigos no discurso do Ciro”, afirmou Gonçalez. “Quando o Mauro Benevides disse ao Broadcast que, entre seis pontos divergentes, houve acordo em cinco deles, eu pensei: ‘Meu Deus, acordo em quê?’.”

O diretor-presidente da MCM falou ainda não saber se Benevides concordou ou não com suas ponderações. “Eu sou um economista com formação liberal, a favor do livre mercado, não é capitalismo de compadrio. Benevides joga em outro canto do pensamento econômico, intervenções governamentais, política industrial com linha subsidiada do BNDES…”, declarou Gonçalez.

“Eu e ele jamais conseguiríamos chegar a um acordo de programa econômico. Eu poderia discutir o assunto com Persio Arida, com o Armínio Fraga. Aí, dá conversa. Não estou dizendo que eu sou bom e ele é ruim. São posições de análise econômica que não são conciliáveis”, afirmou o economista ligado ao DEM.

Procurado pela reportagem para comentar as declarações de Gonçalez, Benevides não respondeu às ligações da reportagem.

Carta
Apesar dos esforços em atrair o Centrão, Ciro não conseguiu manter o discurso alinhado com aquilo que os liberais do bloco de partidos acreditam. No mesmo evento em que suavizou sua postura contra a reforma trabalhista, o presidenciável do PDT criticou o acordo da Embraer com a Boeing, chamando-o de “clandestino” e “uma ameaça à segurança nacional”.

Nessa quarta-feira (18), ele divulgou uma carta expedida às empresas pedindo a paralisação das negociações de compra da Embraer pela companhia americana. O documento foi enviado no último dia 13. Na correspondência, divulgada nas redes sociais, Ciro diz ser uma “grave inconveniência” anunciar a compra da Embraer pela Boeing a apenas 100 dias da escolha de um novo presidente. “Esta aquisição é hostil à segurança nacional brasileira”, afirma um trecho.

No fim do documento, Ciro pede a suspensão das negociações até a realização das eleições. “De modo que o futuro presidente, seja ele quem for, escolhido pela maioria dos brasileiros, tenha condição de inteirar-se dos detalhes dessa operação e possa estabelecer um canal de diálogo”.

A Boeing fechou a compra de 80% da divisão de jatos da Embraer por US$ 3,8 bilhões no início do mês. A conclusão do negócio está prevista para o segundo semestre de 2019. Procurada pela reportagem para comentar a carta do pré-candidato, a Embraer preferiu não se manifestar.

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