Afilhados de deputados contrários à reforma trabalhista são exonerados
Entre aqueles cujas demissões foram publicadas, estão até mesmo indicados por parlamentares do PMDB, partido do presidente
atualizado
Compartilhar notícia
Afilhados políticos de deputados que votaram contra a reforma trabalhista começam a ser exonerados pelo governo Michel Temer. O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (2/5) traz a exoneração de Jairo Sotero Nogueira de Souza do cargo de superintendente estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do Rio Grande do Norte. Entre aqueles cujas demissões foram publicadas, estão até mesmo indicados por parlamentares do PMDB, partido do presidente.
O superintendente foi indicado para o cargo pelo deputado Antônio Jácome (PTN-RN), que votou contra a reforma trabalhista na semana passada. Deputados do PTN deverão perder superintendências da Funasa nos estados. Além da legenda, as exonerações deverão ainda atingir deputados de partidos da base como PR, PP, PSB e até do PMDB, partido de Temer.
Exonerado nesta terça, o superintendente regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Ceará, Maximiano Leite Barbosa Chaves, tinha sido indicado para o cargo pelo deputado Vitor Valim (PMDB-CE). O peemedebista votou contra a reforma trabalhista e já declarou voto contra a da Previdência. Valim é do grupo político do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).No PTN, pelo menos dois dos 13 deputados perderam cargos em superintendências da Funasa nos estados. O governo publicou nesta terça-feira no Diário Oficial a exoneração de Daniel Kenji Tokuzumi do cargo de superintendente da Fundação em São Paulo. Ele tinha sido indicado pelo deputado Dr. Sinval Malheiros (PTN-SP), que votou contra reforma trabalhista e também já declarou voto contra a da Previdência.
O PTN foi bastante cobrado pelo governo por não entregar os votos que prometeu durante a votação das mudanças na legislação trabalhista. Em troca da presidência da Funasa, o partido prometeu entregar pelo menos 10 votos a favor da proposta, segundo um interlocutor do governo na Câmara. Na votação, porém, só entregou sete votos. Outros cinco deputados da sigla, como Jácome e Sinval, votaram contra e um se ausentou.
As exonerações de aliados de deputados “infiéis” nos estados começaram a ser acertadas na última quinta-feira (27/4), em reunião no Palácio do Planalto entre líderes da base aliada e o presidente Michel Temer. O governo avaliou que precisava dar o exemplo com os cortes de cargos, para impedir que novas traições prejudiquem a votação da reforma da Previdência no plenário, prevista para o fim de maio.