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Advogados de Lula afirmam que fundo da Caixa é o dono do triplex

A defesa do ex-presidente apresentou nesta terça (20/6) as alegações finais na ação em que ele é acusado de receber vantagens da OAS

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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, nesta terça-feira (20/6), as alegações finais no processo em que o petista é acusado de receber vantagens da empreiteira OAS. Em entrevista coletiva em São Paulo, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, mostrou documentos que, segundo ele, comprovam a impossibilidade de a construtora ter repassado o tríplex do Guarujá (SP) ao ex-presidente.

O advogado argumentou que os direitos econômicos e financeiros do imóvel foram transferidos pela OAS a um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal (CEF), em 2010, como parte da execução de uma dívida da empresa.

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De acordo com a denúncia, o pagamento da empreiteira a Lula ocorreu por meio do apartamento e do armazenamento de parte do acervo presidencial. Em novembro de 2009, o imóvel foi oferecido como garantia de um empréstimo feito pela construtora.

A partir de agora o juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro, pode pedir novas diligências ou publicar a sentença.

Denúncia
Na acusação, lastreada pelo depoimento do ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que Lula recebeu o triplex como contrapartida por três contratos firmados entre a Petrobras e a empreiteira durante o governo do petista.

Segundo a defesa, os novos documentos seriam a prova de que a OAS não tinha o controle sobre o imóvel e, portanto, Lula nunca foi dono do apartamento. “Qualquer resultado que não seja a absolvição seria resultado de um julgamento político”, afirmou Zanin.

De acordo com ele, a venda ou transferência de qualquer imóvel do Solaris está condicionada ao depósito do valor recebido em uma conta da CEF, o que não ocorreu.

Na apresentação das alegações finais os advogados de Lula deixaram em segundo plano o argumento usado pelo ex-presidente durante depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, em maio, de que o interesse pelo triplex era da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro. Porém, afirmaram que a participação dela no negócio tem papel central na defesa.

“Não me parece que dona Marisa fosse incapaz de tomar decisões sozinha”, disse a advogada Valeska Teixeira.

Segundo Zanin, a ex-primeira-dama foi a responsável pela compra da cota no edifício Solaris quando o empreendimento ainda pertencia à Bancoop, cooperativa que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso pela Lava Jato, e também pela administração da cota.

Os advogados de Lula criticaram a postura da Polícia Federal e MPF nas investigações, apontando falta de interesse em aprofundar as apurações sobre a situação legal do apartamento, e também o juiz Moro que, segundo Valeska, “perdeu as condições de julgar este processo”.

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