Advogado vê “força oculta” em operação contra Flávio Bolsonaro
Para Frederick Wassef, investigações tentam prejudicar a família do senador, visando as eleições presidenciais de 2022
atualizado
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O advogado Frederick Wassef (foto em destaque), responsável pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), criticou a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra seu cliente. Ele disse que há uma “força oculta infiltrada no poder público” que quer prejudicar a família Bolsonaro visando as eleições de 2022.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. Para ele, a operação foi feita em “padrões hollywoodianos” e a forma “que está se aplicando a força do poder público para o Flávio é absolutamente distinta e exclusiva”. “Olha como trataram os outros 26 parlamentares dessa mesma apuração.”
Wassef também acusou o MP de pegar um “João da Silva” e dizer que era funcionário de Flávio: “Olha o perigo da ‘Santa Inquisição’ disfarçada de investigação.”
Sobre o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as apurações, ele afirmou que “não quis parar qualquer investigação” e que “é dever e obrigação de qualquer advogado sério observar para que a investigação ocorra dentro da lei”.
Perguntado sobre as acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o governador Wilson Witzel (PSC), Wassef não quis comentar. Bolsonaro afirma que as investigações têm interferência de Witzel para derrubá-lo nas próximas eleições presidenciais.
O advogado também disse que funcionários cometerem irregularidades sem os chefes saberem “é a coisa mais comum que existe”. E negou que haja crime: “Movimentar dinheiro não é crime”.
“O crime é o vazamento das informações sigilosas lá para grupos de jornalistas, para destruir a imagem do meu cliente. É o crime da quebra de sigilo fiscal e bancário sem autorização.”
Investigação
Flávio é investigado por suposta lavagem de R$ 2,27 milhões na compra de imóveis e nas atividades da sua loja de chocolates, em 2012 e, depois, entre 2015 e 2018.
Na última quarta-feira (18/12/2019), o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou uma operação para apurar suspeitas de esquema de “rachadinha” dos salários do gabinete do então deputado, que seria comandado pelo ex-assessor do senador, Fabrício Queiroz. No caso de Flávio, as apurações envolvem peculato e lavagem de dinheiro.