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Adriana Ancelmo e Rosinha não estavam escaladas para faxina na prisão

Ministério Público Estadual do Rio instaurou inquérito para apurar supostas regalias e irregularidades no cárcere

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Fábio Motta/Estadão
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1 de 1 adriana_ancelmo_fabio_motta-840×4742 - Foto: Fábio Motta/Estadão

Ex-primeiras-damas do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo e Rosinha Garotinho – esta também ex-governadora de 2003 a 2006 – não estavam na escala das presas para fazer a faxina na ala feminina da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. Das 15 mulheres encarceradas ali, Adriana era a única a ter colchão alto e seminovo, usado por atletas na Olimpíada, como os dos presos da Lava Jato, instalados na ala C do presídio.

O Ministério Público do Estado incluiu o caso delas no procedimento que investiga supostas regalias conferidas, na cadeia, aos detentos da Lava Jato. Nas celas desses detentos, havia halteres de ginástica, cordas de crossfit, sanduicheiras e alimentos in natura, como presuntos e camarões. Com base nessas descobertas, o Ministério Público Estadual do Rio instaurou inquérito para apurar supostas regalias e irregularidades no cárcere.

A promotora Andréa Amin, coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do MP, que visitou o local na semana passada, constatou diferenças de tratamento entre os presos. Rosinha, por exemplo, era uma das que usam colchão baixo. Seu marido, ex-governador Anthony Garotinho (PR), transferido para Bangu 8 na sexta-feira (24/11), não tinha na cela filtro de água padronizado.

O item é corriqueiro nas celas do ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e outros réus da Lava Jato. A promotora informou que pediu a transferência de Garotinho para outra cela, porque a que lhe fora destinada estava alagada.

Segundo a promotora do Gaesp, o MP pode mover ação de improbidade contra o secretário de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro. Ele também pode acabar afastado, caso fiquem constatadas as regalias. Os agentes penitenciários que facilitaram as supostas irregularidades também correm o risco de responder a processos, na esfera criminal. Já os presos, serem punidos.

“Nós vamos analisar também, no inquérito, 10 mil horas de gravação na ala desses presos, de quando estavam no presídio de Bangu. Só com uma investigação mais densa podermos concluir se houve regalias ou não”, disse a promotora. Ela instalou o procedimento após o recebimento de denúncias.

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