metropoles.com

Acusações de Moro podem embasar eventual impeachment de Bolsonaro

Se confirmada, a interferência do presidente na PF se configuraria crime de responsabilidade, cuja pena máxima seria afastamento do cargo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

As acusações que o agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fez contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em seu anúncio de demissão, nesta sexta-feira (24/04), expõem, caso confirmadas, podem configurar, à luz da Constituição Federal, crimes de responsabilidade, cuja pena máxima pode ser o afastamento do cargo – o impeachment.

O artigo 85 da Constituição Federal estabelece os crimes de responsabilidade que podem ser cometidos pelo presidente da República contra a Carta Magna.

Moro revelou que o “presidente queria alguém para ligar, colher informações e relatórios de inteligência“, além de interferir em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). “Isso não é papel da Polícia Federal”, assinalou o ex-juiz.

Tal “interferência política no âmbito da Polícia Federal”, como classificou o ex-ministro, seria crime de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, pois, diz a Constituição, o presidente não pode “servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso de poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua”.

A preocupação que Bolsonaro teria com inquéritos em curso no STF, de acordo com Moro, também seria crime de responsabilidade, por “atentar contra o livre exercício do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação”.

Probidade na administração

O inciso V do artigo 85 discorre sobre a probidade na administração. A interferência política em órgãos como a Polícia Federal se configuraria em alguns delitos que podem ser cometidos pelo presidente, tais como:

  • Não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição;
  • Expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição;
  • Infringir no provimento dos cargos públicos; e
  • Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.

Ao fim, o ex-juiz da Lava Jato ainda teria acusado o presidente Bolsonaro de falsidade ideológica, pois seu nome está na assinatura do ato de exoneração de Maurício Valeixo, então diretor-geral da Polícia Federal, sem o devido consentimento.

“Soube da exoneração pelo Diário Oficial da União”, afirmou Moro, acrescentando que a exoneração não se deu “a pedido”, como consta no ato. “Não foi feito a pedido. Isso foi muito ofensivo“, destacou o ex-ministro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?