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ACM Neto reage às críticas de Maia: “O grande articulador fracassou”

Presidente nacional do DEM, ACM Neto avalia que Maia perdeu força ao tentar, até o último momento, o aval do STF para se perpetuar no poder

atualizado

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Maia, ACM Neto e Caiado
1 de 1 Maia, ACM Neto e Caiado - Foto: null

O ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, reagiu, por meio de nota às críticas feitas pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pretende deixar o partido depois das articulações comandadas pelo baiano para as eleições tanto da Câmara, quanto do Senado. O partido anunciou neutralidade às vésperas do pleito e a maior parte dos deputados votaram em Arthur Lira (PP-AL), presidente eleito.

Maia foi o fiador da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), que acabou derrotado.

ACM Neto diz que Maia tenta agora transferir a responsabilidade de seus erros políticos a outros depois de ter tentado, até a última hora, “conseguir o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para se perpetuar no cargo de presidente da Câmara”, disse.

“Infelizmente, o deputado Rodrigo Maia tenta transferir para a presidência do Democratas a responsabilidade pelos erros que ele próprio cometeu durante a condução do processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara”.

“No empenho em transferir as responsabilidades pelo seu fracasso, Rodrigo Maia tenta negar que insistiu, até o último momento, na possibilidade de conseguir o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para se perpetuar no cargo de presidente da Câmara”, apontou Neto.

Segundo o baiano, “todos sabem que Rodrigo Maia tinha um único candidato à presidência da Câmara, que era ele mesmo. Quando o STF derrubou a possibilidade de reeleição, o deputado perdeu força para conduzir sua sucessão e chegou ao final do processo contando com o apoio de apenas um terço da bancada do seu próprio partido”.

“Rodrigo, que tinha a fama de grande articulador, fracassou nessa empreitada. Essa é a realidade”.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira (8/2) pelo jornal Valor Econômico, Maia acusa seus colegas de partido – o governador de Goiás, Ronaldo Caiado e o presidente da legenda, ACM Neto – de traição, na última hora, quando a bancada acabou liberada para apoiar tanto Arthur Lira, que acabou vencendo a eleição para Presidência da Câmara, quanto, Baleia Rossi (MDB-SP), candidatura que era encampada pelo bloco liderado por Maia.

“Traição”

Maia acusou seu partido de se alinhar aos interesses do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e agora, disse que pretende sair da legenda para ir para um partido de oposição ao atual governo.

ACM nega que tenha havido traição: “Não houve traição da Executiva do Democratas, nem adesão ao governo Bolsonaro”.

“Ao invés de escutar quem sempre esteve ao seu lado, e fazer com serenidade e honestidade o exercício da autocrítica, o deputado Rodrigo Maia se encastelou no poder conquistado e, agora, demonstra surpreendente descontrole. A falta de grandeza e a deslealdade causam profundo estranhamento”, reclamou ACM Neto.

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Governador de Goiás Ronaldo Caiado e Rodrigo Maia, ambos do DEM, tinham uma relação bem próxima
Maia, ACM Neto (presidente do DEM) e Caiado estão entre principais nomes do partido do qual Maia quer se desfiliar
Rodrigo Maia chora em discurso de despedida
Desistência do partido em apoiar Baleia Rossi foi estopim para Maia
Baleia Rossi
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Rodrigo Maia e Ronaldo Caiado em uma das visitas recentes que o deputado fez a Goiás

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Governador de Goiás Ronaldo Caiado e Rodrigo Maia, ambos do DEM, tinham uma relação bem próxima

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Maia, ACM Neto (presidente do DEM) e Caiado estão entre principais nomes do partido do qual Maia quer se desfiliar

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Rodrigo Maia chora em discurso de despedida

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Desistência do partido em apoiar Baleia Rossi foi estopim para Maia

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Rodrigo Maia apostou na candidatura do emedebista Baleia Rossi, vencido por Arthur Lira

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Rodrigo Maia (sem partido-RJ)

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Ex-presidente da Câmara cogita saída do partido

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Na reunião em que o DEM liberou os parlamentares do voto, Maia se exaltou

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Rodrigo Maia e Baleia Rossi

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ACM Neto afirma que a “mais grave de todas as falácias” de Maia é jogar no colo do Democratas “uma conta que não é nossa”.

“Ganhar e perder é próprio da vida e da política e, no entanto, as atitudes de Rodrigo Maia lembram os tristes exemplos de políticos que se recusam a reconhecer derrotas e não querem se desapegar do poder. O Democratas é um partido que não tem dono, não somos um cartório. Como presidente, e sem ter um mandato parlamentar neste momento, não posso ser maior que o conjunto da bancada”, destaca a nota.

“Rancor”

O ex-prefeito de Salvador ainda apontou que disse ainda que não guarda mágoa e lamenta as críticas de Maia.

“Lamento muito as palavras do deputado Rodrigo Maia e acrescento que não guardo rancor ou ódio de ninguém, porque não me permito ficar refém de sentimentos tão negativos”, escreve no documento.

ACM Neto argumenta que a vida pública dele sempre foi pautada pelo diálogo, “pelo entendimento e pelo exercício do equilíbrio entre a razão e a emoção”.

“Torço muito para que o deputado Rodrigo Maia reencontre o equilíbrio e a serenidade. Rodrigo Maia foi um presidente da Câmara importante para o Brasil e dá pena vê-lo deixar, de forma tão lamentável, a posição de liderança que exerceu”, destaca o texto.

Mais cedo, Caiado também reagiu à crítica.dizendo que o caso de Maia é “indicadora de internação hospitalar.”

“Pacificação”

Outra reação foi o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho. Ele saiu em defesa de ACM Neto e disse que a saída de Maia vai ajudar a pacificar a bancada do partido.

“Rodrigo Maia e o Democratas entraram juntos para a história do país, tem nosso respeito por esses momentos marcantes desta parceria, porém com o anúncio de sua saída deixa claro que chegou ao fim de um ciclo no partido, e esta decisão ajudará a pacificar o Democratas”, afirmou.

“Na verdade, ao tentar levar o partido para essa posição, sem consultar a bancada sobre o que desejava, Rodrigo se viu isolado e perdeu o comando do processo, e muitas vezes o alertamos sobre essa dificuldade. Era a sua sucessão, cabia a ele construir os consensos e conduzir o processo. Na democracia, maioria não se impõe, maioria se conquista”, disse o líder do DEM.

Segundo o líder, ACM Neto buscou convencer deputados a alinharem com Maia, fez apelo a bancada, mas, diante da decisão adversa, “buscou a neutralidade num gesto de respeito” a Maia.

“Na entrevista, Rodrigo tenta injustamente terceirizar a responsabilidade pela ruína do bloco, não faz sua autocrítica e nem assume a sua mea culpa”, afirma o documento.

Mas, segundo Efraim, seria injusto colocar a culpa da derrota de Baleia Rossi no DEM.

“Insistimos, o Democratas não tem dono e ainda preserva um de seus maiores patrimônios: a capacidade de decidir pela vontade da maioria, e não por imposição de cúpula partidária. Isso sim seria ato antidemocrático. O presidente ACM Neto foi correto ao respeitar a decisão da bancada, seguir o caminho da neutralidade quanto ao governo, preserva a independência do partido e tem a nossa solidariedade e confiança”, avaliou Efraim.

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