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ACM Neto nega “qualquer possibilidade” de ser candidato a vice de Bolsonaro

DEM vive racha interno alimentado por eleições no Congresso Nacional; Rodrigo Maia e Mandetta são críticos ao atual presidente do partido

atualizado

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Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
ACM Neto - Metrópoles
1 de 1 ACM Neto - Metrópoles - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do Democratas, ACM Neto, usou as redes sociais nesta sexta-feira (5/2) para desmentir rumores de que pleiteia uma candidatura à Vice-Presidência do país em uma possível chapa com Jair Bolsonaro (sem partido) para 2022. Nas palavras de Neto, “não existe qualquer possibilidade” de que isso ocorra.

“Não é hora de falar de eleição. Não existe qualquer possibilidade de eu ser candidato a vice-presidente de Bolsonaro nem de ninguém. Quem me conhece sabe, sabe quais são as minhas prioridades, sabe que não serei candidato a vice-presidente da República nem de Bolsonaro, nem de nenhum outro candidato”, afirmou em vídeo divulgado nesta tarde (confira mais abaixo).

O presidente do partido tem sido alvo de críticas após sinalizar com uma aproximação ao governo federal, após as eleições do Congresso Nacional. Vale lembrar que a sigla, na véspera das eleições da Câmara, decidiu sair do bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) e liberou a bancada para o voto.

O movimento resultou no enfraquecimento de Baleia, que era o candidato do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, filiado ao Democratas e ex-presidente nacional do partido. O vencedor foi Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro na disputa. No âmbito do Senado Federal, o senador Rodrigo Pacheco, que também integra o partido, venceu as eleições. Pacheco também era o nome preferido pelo governo federal.

No vídeo, contudo, ACM Neto nega que o partido esteja buscando essa aproximação com Bolsonaro. “Não existe nenhum movimento, neste momento, de aproximação com a base do governo ou qualquer interesse de nos transformarmos em base do governo. Jamais aceitei discutir ou negociar cargos e espaços. Não faço política dessa forma”, defendeu.

Ele chamou de “absurdos” os rumores de que se lançaria candidato a vice em 2022. Segundo Neto, este não é o momento de “discutir política”. Em sua análise, ventilar essa possiblidade, hoje, é “perda de tempo” e “gasto de energia”.

“Acho um absurdo que neste momento se esteja tratando de eleições de 2022. A hora agora é para que nós tenhamos responsabilidade, juízo. Temos mais de 220 mil mortos no Brasil em função da pandemia, um cenário de crise econômica, de perda de emprego, de agravamento dos problemas sociais. Essa é que tem que ser a nossa agenda, a nossa prioridade. Temos que afastar disputa, briga, guerra política”, defendeu.

Por fim, enfatizou a independência do DEM nos trabalhos de condução das pautas no Congresso. “A posição do Democratas, adotada desde 2018, foi de independência. Assim temos sido e assim continuaremos sendo. Quando for preciso divergir, sempre teremos a liberdade”, disse.

Confira o vídeo publicado por ACM Neto:

Racha no DEM

Passada a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o clima de tensão no DEM ainda não arrefeceu. A reação do ex-ministro Luís Henrique Mandetta (DEM-MS) – endossada pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) – à entrevista de ACM Neto, à Folha de S. Paulo, nessa quinta-feira (4/2) colocou um pouco mais de gasolina na fogueira do ex-PFL.

Neto disse que o DEM não estaria “com extremos” em 2022, mas não descartou uma aliança com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), constantemente criticado por seus arroubos autoritários. Mandetta, então, ironizou o comandante da legenda.

“Ele não descarta nada, tudo pode ser. É tipo maria-mole, que vai pra um lado, vai pra outro”, afirmou. Maia republicou a resposta de Mandetta nas redes sociais.

Correligionários, em reserva, confirmam, ao Metrópoles, que o clima nas hostes do DEM ainda “está ruim” entre Maia, Neto e parte da bancada. O ex-presidente da Câmara chegou a dizer ao presidente do partido que o DEM se tornaria conhecido como o “partido da boquinha” por supostamente estar trocando apoio por cargos no governo.

A bancada do DEM ficou incomodada com Maia pela forma com que ele conduziu o apoio a Baleia Rossi, do MDB, sem ser consultada. O ex-presidente da Câmara, por sua vez, se sentiu abandonado por Neto e colegas do partido. Um dia antes da eleição, o partido deixou o bloco de Rossi e declarou neutralidade, mas ao menos 22 deputados dos 31 da bancada federal votaram em Lira.

No auge da tensão, Maia aventou a aliados a possibilidade de deixar o partido após a eleição da Mesa. Alguns interpretaram como apenas um desabafo, outros levaram a sério.

Há, todavia, uma intenção de parte da bancada de apaziguar os ânimos e manter Maia e aliados na legenda. Isso incluiria Mandetta e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM-RJ), entre outros do grupo do ex-presidente da Câmara.

“Acredito que é uma coisa de momento. Até porque Rodrigo Maia há muitos anos é do DEM, e não acredito que ele vá sair. Tenho impressão de que é uma coisa passageira, não acredito que seja algo mais profundo”, disse a senadora Maria do Carmo (DEM-SE).

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