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“Acham que são donos dos deputados”, diz Marquezelli após protesto

Na tarde de domingo, cerca de 50 pessoas foram à casa do parlamentar em Pirassununga, interior de São Paulo, para cobrar uma posição sobre o impeachment

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1 de 1 nelson marquezelli - Foto: João Ricardo/PTB

Alvo do protesto de um grupo pró-impeachment no domingo (10/4), por ainda não ter declarado seu voto pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse que o pessoal favorável à saída de Dilma está criando um clima de guerra. “Virou uma guerra no país, a favor e contra o impeachment, mas os que são a favor estão se excedendo. Alguns já acham que são donos dos deputados e ofendem até a família.”

Na tarde de domingo, cerca de 50 pessoas foram à casa do parlamentar em Pirassununga, interior de São Paulo, para cobrar uma posição sobre o impeachment. De acordo com o jornalista Vitor Naressi Netto, a manifestação foi convocada pela representação local do Movimento Brasil Livre. “Levaram um carro de som e estenderam uma bandeira, mas não houve excesso. O coro pedia para que ele (Marquezelli) descesse do muro.”

Segundo Netto, o objetivo era cobrar que o parlamentar se manifestasse a favor do impeachment. “O deputado teve 12 mil votos aqui e a população espera que ele vote pela mudança.” A Polícia Militar e a Guarda Municipal deslocaram viaturas para evitar tumulto. Os veículos foram posicionados em frente à casa e a rua foi interditada. Depois do protesto, os manifestantes saíram em passeata pelo centro.

Marquezelli disse que a mesma pressão está sendo feita contra outros parlamentares. “Não é só comigo, estão fazendo isso com todos os que estão indecisos. Eu não estou indeciso, sei bem como vou votar, mas como ouvidor da Câmara, não acho certo revelar meu voto, nem ficar fazendo campanha. Todo mundo vai saber quanto eu subir à tribuna, pois vou votar e justificar meu voto.”

O deputado disse ainda que não estava em casa no momento da manifestação. Ele tinha ido com a família à cidade de Casa Branca, onde apoiaria um candidato à prefeitura. “Quando cheguei, por volta das 18h, estava calmo, mas meu assessor e o pessoal do partido estiveram lá. Eles (manifestantes) extrapolaram. Essa pressão vai repercutir na votação. Alguns deputados estão se sentido ofendidos com isso.”

Netto, que se declarou pré-candidato a vereador nas eleições deste ano pelo PMDB de Pirassununga, disse que a manifestação foi pacífica. Ele foi ao protesto porque acha que a saída imediata de Dilma é a única solução. “O pessoal está perdendo a esperança na política, e isso é ruim. A situação está muito complicada e tem de mudar para ver se melhora.”

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