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“Ação penal é fruto de perseguição”, diz Gleisi após depoimento no STF

A presidente do PT e senadora pelo Paraná e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são réus por suposta lavagem de dinheiro e corrupção

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Gleisi Hoffmann – Comissão Especial do Impeachment
1 de 1 Gleisi Hoffmann – Comissão Especial do Impeachment - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A presidente do PT e senadora Gleisi Hoffmann (PR) afirmou nesta segunda-feira (28/8) que a ação penal contra ela na Operação Lava Jato não passa de perseguição política e que não há provas de que ela recebeu recursos ilícitos. As declarações da parlamentar ocorreram na saída de seu primeiro depoimento na condição de ré, no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu sou vítima de perseguição política em razão da origem desse processo, com Alberto Yousseff e seu advogado”, disse Gleisi, referindo-se ao operador financeiro, primeiro delator da Lava Jato, e o defensor dele, Antonio Figueiredo Basto, a quem a petista acusa de ser ligado ao atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). O tucano é adversário político da senadora.

Para Gleisi, que nesta segunda-feira se tornou a primeira parlamentar a ser ouvida na Lava Jato por um dos juízes auxiliares do ministro Edson Fachin, a denúncia apresentada contra ela pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é fruto de pressões da opinião pública.

“Eu estou achando que tem um alto grau de politização desse processo e, quando eu fui denunciada, meu processo foi um dos primeiros, tinha um alto grau de politização e muita influência no Judiciário, incluindo o Ministério Público, pela opinião pública. É um erro, então muitas questões não foram consideradas ali”, criticou.

A senadora reforçou que não tem problema em “responder pelos meus atos” e sugeriu a ação contra ela ocorreu “no calor da opinião pública”.

Inquérito
Na ação penal, Gleisi e seu marido, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, são acusados de terem recebido R$ 1 milhão em recursos desviados da Petrobras por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal. Em contrapartida, os políticos teriam atuado para manter o executivo no cargo.

“Não tive contato com Paulo Roberto Costa, nunca tive ascendência na Petrobras, nunca pedi para ele ficar no cargo e nunca facilitei ou dei condições para se facilitar”, defendeu-se. Paulo Bernardo também prestou depoimento nesta segunda-feira. Ele admitiu ter se reunido com Paulo Roberto Costa em mais de uma ocasião, mas negou ter solicitado qualquer vantagem indevida ou ter atuado para manter o executivo no cargo. “Nunca movi uma palha”, alegou.

Após o depoimento dos acusados, a ação penal entra em sua fase de alegações finais. A expectativa é de que o caso seja julgado pela Segunda Turma do STF ainda neste ano, tornando-se o primeiro processo da Lava Jato a ter um desfecho na Corte.

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