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À véspera de votação, Temer se reúne com deputados para garantir apoio

Plenário da Câmara votará nesta quarta-feira (2/8) a admissibilidade da denúncia contra o presidente, por corrupção passiva

atualizado

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Monumentos de Brasília – Palácio do Planalto
1 de 1 Monumentos de Brasília – Palácio do Planalto - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O presidente Michel Temer (PMDB-SP) intensificou a investida para garantir quórum e angariar votos à véspera da votação da denúncia contra ele no plenário da Câmara dos Deputados. O peemedebista está reunido com parlamentares em seu gabinete, no Palácio do Planalto, desde a manhã desta terça-feira (1º/8).

Temer marcou audiências com 11 parlamentares governistas, dos quais oito estão indecisos ou não manifestaram posicionamento, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. Para tentar encerrar o processo nesta quarta (2), para quando está marcada a votação no plenário da Casa, Temer tem incentivado aliados indecisos a votar contra a denúncia.

A base governista se reunirá às 14h para fazer contas. O vice-líder Beto Mansur (PRB-SP) estima que Temer tem, atualmente, 280 votos favoráveis. Porém, o número não basta para o início da votação — são necessários 342 deputados presentes.

O presidente pretende colocar entre 290 e 300 deputados no plenário e frustrar os planos da oposição, de adiar a votação pela falta de quórum. Os aliados também consideram não apresentar o requerimento de encerramento de discussão com 257 deputados presentes, como determina o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A base pretende apresentar o requerimento somente quando houver entre 320 e 330 deputados. No entendimento dos governistas, se pedirem antes disso, haverá um grande hiato até chegarem aos 342 necessários para o começo da votação.

Parecer
A leitura do parecer sobre a denúncia contra Temer está prevista para a sessão deliberativa do plenário desta terça-feira, quando os parlamentares voltam aos trabalhos, após recesso. O procedimento faz parte do rito de votação da acusação formal.

O relatório aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), pede a rejeição da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer.

Pelo regimento da Câmara, o parecer será lido na sessão pela 2ª secretária da Casa, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO). Para que a sessão desta terça seja aberta, são necessários pelo menos 51 dos 513 deputados com presença registrada em plenário.

Após ser lido no plenário, o parecer da denúncia será publicado no Diário Oficial da Câmara e estará pronto para ser votado na sessão desta quarta. Se forem registrados 342 votos “não” ao parecer, a denúncia será aceita e o Supremo Tribunal Federal (STF) ficará autorizado a julgar o presidente Temer pelo crime de corrupção passiva.

Denúncia
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente com base na delação de executivos da JBS. No entendimento da PGR, Temer teria consentido com a compra de silêncio do deputado federal cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — que está preso —, em conversa fora da agenda oficial, com um dos donos da companhia, Joesley Batista.

O diálogo ocorreu em março, no Palácio do Jaburu, e foi gravado pelo empresário. (Com informações da Agência Estado)

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