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“A Lava Jato expôs as bases apodrecidas do poder”, diz FHC

O ex-presidente criticou a instabilidade política vivida no país por conta da corrupção, durante evento da CNI, em Brasília (DF)

atualizado

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Foto colorida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele tem cabelos brancos e usa óculos - metrópoles
1 de 1 Foto colorida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele tem cabelos brancos e usa óculos - metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ressaltou a importância da Operação Lava Jato, no contexto político do país, durante um debate sobre governança, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta terça-feira (3/7). Para ele as investigações da Polícia Federal (PF) colocam o Brasil em um novo patamar de combate à corrupção.

“A Lava Jato expôs as bases apodrecidas do poder. As pessoas estão perdendo emprego, o governo não tem gestão, não tem eficiência. O quadro no qual vivemos é envolto de medo, de horror (pela corrupção) e falta de emprego. Isso precisa ser discutido agora no debate eleitoral”, afirmou.

As críticas foram feitas logo após o discurso do atual chefe do executivo, Michel Temer (MDB), que qualificou a gestão do tucano como “extraordinária”. Ainda assim, Cardoso não poupou Temer e disparou: “Vamos eleger alguém que entende de política, um líder precisa ter governança. Um presidente só tem condições de conduzir quando a nação está apoiando suas ações”.

Outro problema social apresentado pelo ex-presidente foi o da segurança pública. “Bala perdida, ainda temos pessoas que morrem de bala perdida. É um absurdo”, avaliou. Sobre o perfil do próximo presidente, FHC acredita que precisa ter uma postura firme, “de liderança, moderação e conciliação”.

“Temos que ter pessoas que refaçam laços de confiança. Vai precisar ter vontade, o presidente tem que bater o pé, tem que ouvir, tem que falar com o Congresso. O país ainda tem muito o que crescer”, finalizou.

Pedro Parente
Ao lado do tucano, estava o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, que foi nomeado para a função por Michel Temer. Diante das críticas, ele também apontou problemas, – como a burocratização do sistema político, o grande número de partidos e o loteamento de cargos de natureza gerencial – que atrapalham a governança.

“Indicações políticas se estendem a um nível de gestão que devia ser estritamente profissional. Loteamento dos cargos políticos acabam gerando tomadas de decisão erradas. Esses conjuntos de problemas e outros, não permitem a auto governança. Não sou de maneira nenhuma otimista”, ponderou Parente.

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