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“A grande golpista foi a Dilma”, diz Eduardo Cunha sobre impeachment

À CNN, o ex-presidente da Câmara, que teve prisão domiciliar revogada em maio, disse que votaria em Bolsonaro em um eventual 2º turno

atualizado

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Coletiva do deputado Eduardo Cunha após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato parlamentar – Brasília – DF 05/05/2016
1 de 1 Coletiva do deputado Eduardo Cunha após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato parlamentar – Brasília – DF 05/05/2016 - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Em entrevista à CNN na noite deste domingo (16/5), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha – que teve a prisão domiciliar revogada no início de maio – rechaçou que tenha sido orquestrado um golpe para culminar no impeachment da então presidente Dilma Rousseff do governo do país. Segundo o ex-deputado federal, “a grande golpista foi a Dilma”. “Deu um golpe no Lula para não deixar ele ser candidato”, afirmou à emissora.

Cunha defendeu que o afastamento de Dilma do poder resultou de uma conjuntura jurídica e política. “O impeachment é um processo jurídico-político, é um conjunto da obra. Se não tivesse a razão jurídica, seria muito difícil você dar curso, e eu não daria curso.”

“No caso da Dilma, não foi nem propriamente as pedaladas fiscais, [que provocou] o resultado. Dilma, na realidade, praticou atos violando a lei orçamentária, emitiu decretos violando a lei orçamentaria Efetivamente, praticou crime de responsabilidade. Estava no segundo mandato, em uma reeleição em que ela saiu com as pessoas já pedindo o impeachment dela, antes que ela assumisse o segundo mandato. Ganhou uma eleição com gosto de derrota”, explicou.

Na avaliação do político, a ex-presidente perdeu apoio da base aliada ao fazer promessas em campanha que não foi capaz de cumprir em seu segundo mandato: “Tudo que ela pregou teve que fazer exatamente o contrário, e a sociedade não se conformava. No período do primeiro ano do governo Dilma, a queda de PIB é igual ao tamanho da pandemia agora”.

Cunha afirmou que, em um eventual 2º turno em 2022 entre Lula e Jair Bolsonaro, o atual presidente teria seu voto. “Não sou bolsonarista, mas sou antipetista. Eu não voto no PT, não quero o PT de volta para o país, eu já vivi o PT”, disparou.

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Eduardo cunha depõe no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
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Eduardo Cunha foi preso em outubro de 2016

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Eduardo cunha depõe no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

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Lava Jato

Ainda à CNN, o ex-deputado voltou a defender ser “vítima de perseguição”. “A prisão do Lula foi um absurdo, como a minha também. Eu sou inocente e fui preso por um juiz incompetente”.

Ele se refere à sentença do ex-juiz Sérgio Moro, no âmbito das investigações da Lava Jato, que resultaram em sua prisão. Cunha ficou 4 anos e 5 meses na cadeia. “Lava Jato era uma operação contra a política, não era contra o PT. Era para destruir todo mundo. Quando Moro saiu para ser ministro, tirou a toga e apareceu a plaquinha de político que ele era”, disse.

Conforme dito por ele na entrevista, a operação “prejudicou o ambiente econômico do país”. “Ela acabou com as empresas, desvirtuou investimentos, perdeu emprego, perdeu arrecadação federal e consequentemente estadual. Prejudicou o país como um tudo”.

Bolsonaro e golpe militar

Cunha se esquivou de fazer uma avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele rechaçou, porém, a possibilidade de que o mandatário do país viesse, eventualmente, a aplicar um golpe de Estado.

“Não há nenhuma pretensão de dar golpe militar, narrativa vendida para criar desgaste. Há a possibilidade de alguém dar um golpe militar nesse pais? Não estamos em 1964. É impossível alguém sustentar um golpe de Estado, um golpe militar no Brasil”.

O ex-presidente da Câmara criticou o que chamou de falta de articulação política de Bolsonaro na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. “A CPI da Pandemia foi erro de articulação, não resta menor dúvida. Talvez não conseguisse evitar CPI, mas agora tem que correr atrás do prejuízo”.

No entendimento dele, a CPI “virou um palanque político”. “Renan Calheiros é ativista político de palanque, está tentando dar uma melhorada perante imagem da opinião pública da opinião sobre ele”, disse, referindo-se ao relator do colegiado.

Prisão domiciliar

No início de maio, Cunha teve a prisão domiciliar revogada na Operação Sepsis, que investigou o pagamento de propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Em outra ação, relacionada à operação Lava Jato, o emedebista já teve a prisão preventiva revogada.

O ex-deputado estava preso desde outubro de 2016. Em função da pandemia da Covid-19, há cerca de um ano estava cumprindo a prisão em casa, no Rio de Janeiro, com o uso de tornozeleira eletrônica.

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