À espera dos irmãos Miranda, CPI realiza audiência com cientistas
A expectativa dos senadores é com os depoimentos dos irmãos Miranda na sexta-feira (25/6) sobre as negociações para compra da vacina Covaxin
atualizado
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Em meio à expectativa pelo depoimento dos irmãos Miranda sobre as negociações da Covaxin, a CPI da Covid realiza, nesta quinta-feira (24/6), audiência pública com Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, e Pedro Hallal, epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para debater a condução da pandemia de Covid-19 no Brasil.
A expectativa dos senadores é de que Jurema e Hallal apresentem estudos sobre o número de óbitos por Covid-19 e como a atual situação poderia estar, caso fossem adotadas medidas diferentes no enfrentamento da pandemia no país.
Os dois devem bater na tecla da relevância das medidas não farmacológicas, como distanciamento social, higienização das mãos, uso de máscaras e desinfecção de ambientes, no enfrentamento da pandemia.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), destacou que Hallal “por ser gestor e médico, acadêmico e cientista de grande respeitabilidade nacional e internacional, certamente contribuirá para que os integrantes desta comissão possam avaliar os fatos com a profundidade que merecem”.
Jurema também é coordenadora do Movimento Alerta, formado por entidades da sociedade civil, como Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Oxfarm Brasil, Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), Anistia Internacional Brasil e Arquidiocese de São Paulo.
O grupo consolidou dados e informações acerca das mortes ocorridas durante a pandemia e, para Calheiros, a presença dela será “de grande valia” para o desenvolvimento dos trabalhos.
Covaxin
A audiência seria realizada na sexta-feira (25/6), mas houve alteração no calendário e nesse dia ocorrerá a oitiva com os irmãos Miranda – o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Fernandes Miranda –, em relação às negociações da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
O sócio da Precisa Medicamentos – empresa que intermediou o contrato entre o laboratório e o governo brasileiro –, Francisco Maximiano, prestaria depoimento à CPI, na quarta-feira (23/6), mas a defesa do empresário avisou na véspera que ele estava em quarentena, após retornar da Índia. A oitiva deve ocorrer na próxima semana.
Os senadores investigam se houve vantagem indevida e corrupção ativa e passiva na aquisição do imunizante indiano, contratado por valor até quatro vezes acima de outras vacinas compradas pelo governo brasileiro.