“A chance de um golpe é zero”, diz Bolsonaro a revista
Em entrevista, presidente admitiu que houve pressão “de algumas pessoas” para que o governo “jogasse fora das quatro linhas” da Constituição
atualizado
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“A chance de um golpe é zero”, disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em entrevista à revista Veja na quinta-feira (23/9), no Palácio da Alvorada, onde o mandatário cumpre isolamento sanitário após comparecer à abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Bolsonaro admitiu, no entanto, que houve pressão “de algumas pessoas” para que o governo “jogasse fora das quatro linhas” da Constituição. Ele não revelou os nomes dessas pessoas, mas afirmou que o ambiente agora está pacificado.
Ele ainda questionou os pedidos de impeachment apresentados à Câmara dos Deputados. “Eu te pergunto: qual é a acusação contra mim? O que eu deixei, em que eu me omiti? O que eu deixei de fazer? Então, não tem cabimento uma questão dessas”.
Sobre a política de combate à pandemia, o presidente reafirmou que faria tudo de novo e disse se manter cético em relação às vacinas, embora os assessores ainda tentem convencê-lo a mudar de ideia. Segundo ele, a primeira-dama Michelle Bolsonaro decidiu tomar a vacina nos Estados Unidos, já ele diz ainda não ter tomado.
“Não errei em nada. Fui muito criticado quando falei que ficar trancado em casa não era solução. Eu falava que haveria desemprego — e foi o que aconteceu. Outra consequência disso é a inflação”, afirmou Bolsonaro.
Eleições
Sobre eleições, Bolsonaro disse que não vai repetir o que ocorreu em 2018, mas afirmou que “não está fechada a porteira para Mourão” ainda, mas ressaltou que ele não tem “a vivência política”. “Agora, o Mourão não tem a vivência política. Praticamente zero. E depois de velho é mais difícil aprender as coisas. Mas no meu entender, seria um bom senador.”
Sobre o partido, ele disse que não vai fugir do PP, PL ou Republicanos. “Não vou fugir de estar com esses partidos, conversando com eles. O PTB ofereceu pra mim também”, indicou.
Questionado se o ex-presidente Lula (PT) seria um adversário preferencial, Bolsonaro respondeu: “Não dou bola para isso”.