À base aliada, Lula defende esquecer Bolsonaro e tocar governo
“Acho que é bom a gente esquecer quem governou esse país até o dia 31 de dezembro”, disse Lula na reunião do Conselho Político de Coalizão
atualizado
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Na primeira reunião do Conselho Político de Coalizão, que reúne partidos da base aliada do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que se esqueça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se comece a governar.
Lula recebeu, na manhã desta quarta-feira (8/2), no Palácio do Planalto, presidentes de partidos e líderes da base aliada no Congresso Nacional. Entre outros assuntos, o encontro tratou da reforma tributária, uma das primeiras prioridades do governo, que pretende aprovar o texto até o fim de 2023.
“Eu tenho dito para todas as pessoas que eu estou com muita fé de que a gente vai superar toda e qualquer dificuldade que se apresentou. Acho que é bom a gente esquecer quem governou esse país até o dia 31 de dezembro”, disse Lula, em discurso na abertura da reunião.
Na sequência, ele afirmou que as autoridades não devem, porém, esquecer dos ataques terroristas de 8 de janeiro, que completam um mês nesta quarta.
“A gente não pode esquecer nunca da tentativa de golpe que foi tentada no dia 8. Uma tentativa de golpe que, possivelmente, poderia ter sido organizada para o dia 1º [de janeiro]. E que não foi por causa da quantidade de gente que tinha em Brasília, mas que eles tomaram a decisão de fazer aquele vandalismo que nenhum de nós estávamos habituados a assistir no Brasil”, prosseguiu.
Em seguida, sem citar o nome de Bolsonaro, o presidente disse que todos os atos foram arquitetados pelo “responsável maior de toda a pregação do ódio”.
“Hoje, eu não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda a pregação do ódio, a indústria de mentiras, a indústria de notícias falsas que aconteceu nesse país nesses últimos quatro anos. Porque não foi de agora, vem desde as eleições de 2018”, afirmou.
O petista afirmou que não se pode ficar discutindo o governo antecessor e defendeu uma relação o mais “civilizada possível” com o Congresso.
“O dado concreto é que nós temos muita coisa pra fazer, a gente não pode ter tempo de ficar lembrando e discutindo as coisas do outro governo. Nós agora temos a responsabilidade de fazer, foi para isso que nós fomos eleitos. Nós queremos reestabelecer a relação mais civilizada possível com o Congresso Nacional. Nós temos que entender que o Congresso Nacional não é inimigo do governo. E o Congresso Nacional tem que entender que o governo não é inimigo do Congresso”, concluiu.
Os participantes
O Conselho Político de Coalizão é sucessor do Conselho Político que funcionou durante a transição. Ele reúne os partidos da base aliada do governo com representação no Congresso.
Participaram da reunião representantes das seguintes legendas: PT, PCdoB, PSol, PDT, PSB, PV, União Brasil, Solidariedade, Avante, Podemos, Patriota, Rede, Cidadania, PSD e MDB. Os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o vice-presidente Geraldo Alckmin também participam.
Entre os ministros convidados estão Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).