A apoiadores, Bolsonaro chama semipresidencialismo de “besteira”
A mudança no sistema é defendida por autoridades, como o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro Luís Roberto Barroso, do STF
atualizado
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Em interação com apoiadores na manhã desta quinta-feira (29/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou o semipresidencialismo de “besteira”. A mudança no atual sistema de governo, do presidencialista para o semi, está em discussão na Câmara dos Deputados e é defendido por algumas autoridades.
Em julho, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou que pretende trabalhar em uma união em torno da adoção do semipresidencialismo a partir das eleições de 2026.
“Alguns falam aí em semipresidencialismo pra 27. É besteira”, iniciou Bolsonaro. “A questão… Você pode ver: você pega o estado de Roraima, tem mais ou menos 500 mil eleitores. Tem gente que tá com mil votos aqui dentro. Meu filho tá com 2 milhões. O peso é o mesmo. Não vai mudar o caráter de uma pessoa ter mil votos ou 2 milhões de votos. Quem é mais propenso a fazer besteira é o inteligente mesmo. O burrinho é pego no primeiro desvio, derrapa na primeira curva.”
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi gravada na saída do Palácio da Alvorada e divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
Defensor da mudança, o presidente da Câmara vê com otimismo a discussão sobre a mudança no regime e afirma que há ambiente político para sua aprovação. “Daí a possibilidade, hoje muito bem aceita, de se votar o semipresidencialismo para 2026 como forma de estabilizar mais o processo político dentro do Congresso Nacional”, afirmou Lira.
O sistema é defendido também pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma forma de se contrapor ao chamado presidencialismo de coalizão — que, no entender do ministro, é um fator que motiva crises políticas permanentes, as quais já resultaram em dois impeachments de presidentes da República. A proposta já recebeu apoio do ministro Gilmar Mendes.