Waldir: liderança do PSL é “temporária” e apoio a Bolsonaro segue
A disputa para saber quem se mantem líder do partido depende da resposta da Mesa Diretora da Câmara, que analisa os pedidos dos deputados
atualizado
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O até então líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), disse nesta quinta-feira (17/10/2019) que a liderança é “temporária”, independentemente da decisão da Secretaria-Geral da Mesa da Casa. Ele afirmou ainda que a guerra pelo cargo “não muda nada” o apoio da sigla ao presidente da República, Jair Bolsonaro, colega de partido.
“Não muda nada. Só aconteceu uma disputa democrática pela liderança, que é um local estratégico. Apoiamos integralmente a Lava Jato e o combate à corrupção em qualquer esfera. Hoje, a minha liderança é temporária até janeiro, independentemente das escolhas da mesa. Em fevereiro haverá outra escolha”, esclareceu.
Waldir, que era o líder do partido desde o início do ano, foi retirado do cargo por alguns instantes na noite dessa quarta-feira (16/10/2019) pela ala bolsonarista da sigla. O racha em que vive o PSL fez com que parlamentares fizessem uma lista para pedir a substituição dele por Eduardo Bolsonaro (SP), também a pedido do presidente da República.
O documento trazia 27 assinaturas. Em reação, a ala pragmática do partido, que apoia o presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), reuniu 32 assinaturas para voltar Waldir ao cargo. Atualmente, as duas listas estão na Secretaria Geral da Mesa, que vai analisá-las para formalizar o nome do deputado para a liderança do PSL.
“Quem decide isso é a Mesa. Ainda não tive resposta. A minha lista tem 32 assinaturas. Mas o que a gente quer é pacificar o PSL, que teve muito desgaste. Nenhum parlamentar em nenhum momento está traindo o Bolsonaro. [A crise] não influencia em qualquer assunto governamental. Não existe questão de retaliação, simplesmente atendemos o interesse do partido”, ressaltou.
Questionado se haverá expulsão dos parlamentares que criticam a liderança de Waldir e a presidência de Bivar, o parlamentar negou a possibilidade: “Ninguém vai ser expulso. Vamos atender o que está nas regras da Constituição, do regimento da Câmara e do estatuto. Vivemos em uma democracia e devemos respeitar as pessoas”.
Entretanto, para aqueles que publicaram nas redes sociais supostas notícias falsas e “difamação”, como afirmou Waldir, serão penalizados de maneira “legal”. “Esses que propagam difamação e calúnia sofrerão sanções legais. Existe conselho de ética no partido, ninguém está imune pelas suas palavras. Até o parlamentar tem seu limite”, justificou.
Alguns deputados do partido afirmam que há assinaturas repetidas nas listas para a liderança da sigla. Delegado Waldir, contudo, disse estar “tranquilo” e que “cabe à Secretaria” a decisão. “Não tenho a menor preocupação. Estou tranquilo e cabe à secretaria. Não damos jeitinhos, não somos covardes”.