“Vou partir para o enfrentamento”, diz ex-presidente Michel Temer
Em entrevista, ele afirmou estar surpreso com a prisão e se considera alvo de um “núcleo punitivista” do Ministério Público
atualizado
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que vai partir para o “enfrentamento, inclusive público” em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ele foi preso no dia 21 de março e acredita ser alvo de um “núcleo punitivista” do Ministério Público.
Temer se disse surpreso com a prisão porque, apesar de saber que o processo saiu do Supremo para a primeira instância, ele não estava formatado. “Os procuradores fizeram um ‘catado’ de vários inquéritos e juntaram todos em um caso”, apontou ao jornal.
O ex-presidente não vê a possibilidade de ser preso novamente. “Posso acreditar em arbitrariedades, por uma razão singela: não há provas. Cadê a prova?”, questionou. Entre os decretos que ele havia assinado e, segundo o MP, serviram para beneficiar empresas, Temer comentou o documento a respeito dos portos. “Esse decreto moderniza uma lei do tempo da ex-presidente [Dilma Rousseff], tramitou três meses no Ministério dos Transportes, depois mais seis meses na Casa Civil”, explicou à Folha.
Questionado, Temer disse que não teve contato durante a operação com o coronel Lima, outro suspeito, e afirmou que sua filha, também ré no processo por suspeita de lavagem de dinheiro, sofreu muito com toda essa situação.
O político também comentou os primeiros 100 dias da gestão de Jair Bolsonaro (PSL). Ele acredita que o presidente terá condição de revelar o que foi feito e disse que o chefe do Executivo “está dando sequência àquilo” feito pelo governo Temer.