Voto complementar virá sem estados e municípios, diz líder do PSDB
Questionado sobre a apresentação de destaques, Sampaio disse que lideranças a favor da reforma desistirão de tentar alterar o substitutivo
atualizado
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O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse, nesta terça-feira (02/07/2019), que “infelizmente” o voto complementar da reforma da Previdência não incluirá estados e municípios. O tucano afirmou que a leitura do texto substituto será nesta tarde, na comissão especial, e a previsão de votação é para quarta-feira (03/07/2019).
De acordo com o líder, governadores não têm força para garantir votos. Por isso, sinaliza que a questão de unificar a Previdência inclusive para as unidades federativas deve continuar sendo negociada para a apresentação de um destaque no plenário da Câmara dos Deputados.
Questionado sobre a apresentação de destaques, Sampaio afirmou que as lideranças partidárias favoráveis à reforma desistirão de tentar alterar o texto substituto. “Todos os líderes que aprovam a reforma vão retirar os destaques para que o parecer venha com o impacto fiscal necessário”, disse.
A questão das alterações nas regras de transição de servidores da segurança pública também está resolvida, segundo Sampaio. Deputados do PSL que tentavam abrandar a aposentadoria da categoria teriam desistido de levar a questão para a comissão especial. “Não teria consenso. O próprio partido do presidente inviabilizar a reforma”, acrescentou.
Mais cedo, o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que o ideal é deixar para tentar incluir estados e municípios no texto no plenário da Câmara dos Deputados.
“Governadores ainda têm expectativa, mas o melhor procedimento talvez seja o plenário. Maia ainda vai se reunir com líderes. O que não é ruim, acho bem possível e até mais fácil que na comissão”, explicou o relator.
Governadores
Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), governadores afirmaram que não houve acordo para a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência. O voto complementar, que será lido nesta terça-feira (02/07/2019), na comissão especial, portanto, deixará os servidores estaduais e municipais de fora do novo sistema previdenciário.
Os chefes estaduais atribuem a responsabilidade da falta de entendimento aos líderes partidários, uma vez que garantem agregar votos ao projeto em plenário. “Manifestamos apoio de todos os governadores à reforma, mas não temos uma posição definitiva. Não há um sinal do que vai acontecer com o relatório desta tarde”, disse o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Segundo ele, Maia ficou de ter mais conversas com os líderes para tentar negociar agora a inclusão das unidades federativas em plenário. “Algumas lideranças acham menos difícil votar no plenário, porque já tem oposição consolidada na comissão especial. As condições de trabalho de servidores em qualquer nível são muito semelhantes. É bom senso que todos estejam inclusos nas mesmas regras”, explicou.