metropoles.com

Você sabe o que é OCDE? Entenda o tão desejado “clube dos ricos”

Governo Bolsonaro quer obter credibilidade de grande economia e a possibilidade de realizar acordos comerciais com as demais nações do grupo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
OECD/Hervé Cortinat
OCDE
1 de 1 OCDE - Foto: OECD/Hervé Cortinat

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vibrou com a notícia de que os Estados Unidos darão apoio imediato para a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), externado nesta quarta-feira (15/01/2020), como se fosse uma vitória do seu time em alguma final de campeonato. Só para permanecer nas comparações ludopédicas, o próprio presidente comemorou: “Equivale ao nosso país entrar na primeira divisão [da economia mundial]”.

Tamanho contentamento não é para menos. Afinal, se concretizado o ingresso do Brasil na OCDE, o país junta-se ao chamado “clube dos ricos”: nações com alto grau de desenvolvimento e com PIB per capita elevado, além de indicadores sociais que revelam uma boa qualidade de vida.

Acrescente-se a isso o fato de o Brasil ter passado a perna na Argentina, inimiga ideológica do bolsonarismo após a eleição do kirchnerista Alberto Fernández. Até o anúncio de que apoiaria a candidatura brasileira, o governo de Donald Trump já havia dito que os “hermanos” eram os favoritos dos norte-americanos para preencher a vaga na OCDE.

O viés ideológico também pesou para a Argentina perder a vez. Com uma gestão de direita, ancorada no liberalismo econômico – e na contramão do novo governo argentino, o Brasil ficou mais perto da “filosofia” da OCDE, que é encorajar a adoção de reformas, principalmente econômicas, para seus países-membros, “pregando a desregulação como a melhor forma de atingir competitividade de mercado, inovação e maior produtividade”, como diz o secretário-geral da organização, o mexicano Angel Gurría.

Vale salientar que o Brasil já é um dos parceiros estratégicos da organização, junto com China, Índia, Indonésia e África do Sul. Os países-membros são 36, entre eles, Austrália, Canadá, Alemanha, Chile, Coreia do Sul, Espanha, França, Portugal, e, naturalmente, Estados Unidos.

Selo de qualidade
Fazer parte da OCDE daria ao Brasil o status e a credibilidade de grande economia e a possibilidade de realizar acordos comerciais com as demais nações do bloco e mesmo com aquelas que não o integram. É mais ou menos como um “selo de qualidade” no mercado internacional.

Criada no período pós-Segunda Guerra Mundial, a OCDE apresenta como lema “construir melhores políticas para uma vida melhor”. “Nosso objetivo é moldar políticas que promovam prosperidade, igualdade, oportunidade e bem-estar para todos. Contamos com quase 60 anos de experiência e ideias para preparar melhor o mundo de amanhã”, diz o site da organização.

A OCDE dispõe, em sua base de dados, dos indicadores socioeconômicos de todo o mundo. Após o cruzamento dos dados, tais indicadores servem como subsídios para os países-membros em projetos de desenvolvimento econômico. Esse desenvolvimento deve estar alinhado com a sustentabilidade, o equilíbrio ambiental e a estabilidade financeira.

Indicadores sociais
Os indicadores do campo social são: impostos cobrados, seguridade social, tempo de lazer e o sistema educacional e previdenciário, entre outros. Ao comparar esses fatores, é possível, assim, propor políticas capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.

Ou seja: para ter o selo de qualidade OCDE, um país tem que fomentar crescimento econômico duradouro, oportunidades de emprego, melhoria da expectativa de vida, combate à pobreza, estabilidade financeira – controle fiscal das contas públicas – e também dar suporte a outros países em desenvolvimento.

Questão de honra
Ser aceito na OCDE virou praticamente questão de honra para o governo Bolsonaro. Afinal, o Brasil fez uma série de concessões para ter o apoio de Trump: a entrada de americanos no país sem a necessidade de visto, a permissão para uso da base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão, e a isenção de tarifas de importação de trigo dos EUA, entre outras.

Nessa quinta, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que o governo vai criar uma secretaria, vinculada à sua pasta, para agilizar o processo de entrada do Brasil na organização.

“Por determinação do governo Bolsonaro, nós vamos alterar a estrutura da Casa Civil e criar uma secretaria para se debruçar sobre a OCDE”, declarou Onyx.

Como se vê, o Palácio do Planalto não poupará esforços em aproveitar a chance dada por Trump, em detrimento dos argentinos, e, finalmente, ostentar a grife do clube dos ricos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?