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Última esperança: Alckmin aposta todas as fichas no horário eleitoral

Tucano acredita que deslanchará quando propaganda começar, apesar de pesquisa mostrar o contrário. Nova estratégia nas redes também começou

atualizado

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1 de 1 alckmin 1 - Foto: Ciete Silvério/Divulgação

Ainda patinando nas pesquisas, o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) aposta todas as fichas no horário eleitoral, que começará no próximo dia 31 de agosto. Segundo coordenadores de sua campanha, apesar de os levantamentos dessa última semana mostrarem o ex-governador de São Paulo variando entre 6% e 9% nas intenções de voto, caso consiga chegar ao segundo turno, ele terá grandes chances de vencer. Por isso, os marqueteiros querem aproveitar o fato de o tucano ter o maior tempo de TV e Rádio para bombardear o cidadão com informações sobre o presidenciável.

Para os integrantes do PSDB, quando o eleitor perceber a experiência do candidato, saber o que ele fez por São Paulo e conseguir comparar suas propostas com as dos demais presidenciáveis – em especial com as de Jair Bolsonaro (PSL) –, então mudará de opinião. “O início da propaganda eleitoral irá provocar profundas alterações. E o que todo mundo quer é enfrentar o Bolsonaro no segundo turno, porque ele perde para qualquer um”, atacou Alckmin, durante a semana.

O problema dessa estratégia é que o brasileiro não está muito interessado na propaganda eleitoral, pelo contrário. De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com a MDA/Pesquisa e divulgado na última segunda-feira (20/8), apenas 18,1% do eleitorado afirma que irá assistir todos os dias ao conteúdo produzido pelas campanhas. Enquanto isso, 40,4% dizem não ter nenhum interesse nos programas dos candidatos e 40,7% vão acompanhá-los apenas de vez em quando.

Apesar dos números, os tucanos mais antigos, que não param de palpitar na campanha de Alckmin, ainda veem a propaganda de TV e rádio como o caminho mais seguro para alavancar o ex-governador de São Paulo e atacar Bolsonaro. Um dos “cabeças brancas” – políticos que formam a alta cúpula da legenda – garantiu à reportagem: o cidadão pode até fugir do horário eleitoral, mas das inserções, não.

Afinal, os presidenciáveis ainda têm direito a diversas propagandas, de 30 segundos cada, a serem veiculadas durante os intervalos comerciais das emissoras. Só Alckmin terá 434 inserções até o dia 4 de outubro, data-limite para a campanha política nos veículos de comunicação (veja tabela abaixo). A votação do primeiro turno será em 7 de outubro.

Para a candidata a vice na chapa de Alckmin, Ana Amélia (PP), seja por meio das inserções ou do horário eleitoral, a tendência é que o eleitor conheça mais o presidenciável neste próximo mês. “Creio que haverá um crescimento nas intenções de voto a partir do momento em que os eleitores souberem mais sobre as propostas e o preparo do candidato. Isso pode acontecer ainda por meio dos debates e das entrevistas em [emissoras de] TV, jornais e revistas”, explicou a senadora ao Metrópoles. Ana Amélia contou ainda ter dado alguns conselhos a Geraldo Alckmin para que ele possa conquistar o eleitorado.

Uma das dicas que eu dei foi para ele [Alckmin] utilizar palavras de fácil compreensão para a população. É preciso evitar termos técnicos e siglas no diálogo com os eleitores

Ana Amélia, candidata a vice na chapa de Alckmin

Mudanças na internet 
Enquanto filiados mais antigos apostam na propaganda eleitoral para que Alckmin cresça, a coordenação da campanha tenta mudar a imagem dele também na internet. Na última quinta-feira (23/8), o publicitário Marcelo Vitorino deixou de comandar o marketing digital do candidato. De acordo com a equipe do tucano, tratou-se de uma ampliação na equipe e Vitorino segue no grupo. Contudo, o Metrópoles apurou que a estratégia adotada nas redes sociais não estava agradando ao ex-governador e seus aliados.

O fato é que, apesar dos conselhos da vice, Ana Amélia, e de outros políticos próximos, Alckmin não consegue deixar a formalidade de lado. Na internet, a campanha segue o tom burocrático e cerimonioso do candidato. Para os partidos que apoiam o tucano, em especial os do Centrão (DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB), esse discurso não atrai a juventude, não desconstrói a imagem conquistada por Bolsonaro nas redes sociais, nem se transforma em voto.

A partir de agora, a coordenação da campanha vai tentar “vender” o candidato de outra forma. A intenção é aproximar Alckmin da população. O presidenciável esteve, durante a semana, em agendas mais populares, gravou imagens para o programa eleitoral às margens do Rio São Francisco em Pernambuco, visitou crianças carentes e até tirou fotos mais “espontâneas”.

Veja abaixo:

3 imagens
Na quinta (23/8), gravou imagens para o programa eleitoral às margens do Rio São Francisco
Tentativa da coordenação da campanha é vender um candidato mais "popular"
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Na sexta-feira (24/8), Alckmin visitou uma escola para crianças carentes em Minas Gerais

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Na quinta (23/8), gravou imagens para o programa eleitoral às margens do Rio São Francisco

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Tentativa da coordenação da campanha é vender um candidato mais "popular"

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