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Trabalhadores da Embraer entram em greve por aumento de 6,37%

A greve não tem tempo determinado e foi aprovada em assembleias convocadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos

atualizado

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foto: Sindicato dos Metalúrgicos/ divulgação
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1 de 1 embraer-greve - Foto: foto: Sindicato dos Metalúrgicos/ divulgação

Metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos (SP), entraram em greve nesta terça-feira (24/09/2019). Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria. Esta é a primeira paralisação na fábrica em cinco anos.

A greve é por tempo indeterminado e foi aprovada em assembleias convocadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Os salários dos trabalhadores da Embraer estão há quatro anos sem aumento real, de acordo com os organizadores. A reivindicação é de 6,37% de reajuste e renovação da Convenção Coletiva na íntegra.

Em nota enviada ao Metrópoles, a Embraer lamentou a greve, pois “visa cercear o direito constitucional de ir e vir dos empregados”. A empresa garantiu que todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% das equipes.

Os trabalhadores rejeitam a proposta patronal de aplicar apenas a inflação do período (3,28%) aos salários, acabar com a estabilidade para lesionados e liberar a terceirização irrestrita na fábrica. A cláusula da Convenção Coletiva que garante estabilidade para lesionados foi conquistada pela categoria metalúrgica na década de 1970.

O aviso de greve foi protocolado na última sexta-feira (20/09/2019), na Federação das Indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp). A entidade representa o setor aeronáutico nas negociações com o Sindicato durante a Campanha Salarial.

No início das negociações, a Fiesp propôs zero de reajuste e R$ 2.500, rejeitado na mesa pelo Sindicato. Na última rodada, o grupo patronal propôs apenas a inflação, sem abono. Em sua fábrica de Botucatu, a Embraer propôs reajuste salarial pela inflação e R$ 4.000 de abono.

“Esta greve mostra não só a insatisfação dos trabalhadores com seus salários, mas principalmente que estão dispostos a lutar por seus direitos. Apesar de ser uma das mais importantes empresas do país, a Embraer desrespeita seus trabalhadores ao tentar empurrar propostas rebaixadas como essas”, afirma o diretor do Sindicato, Herbert Claros.

Outro lado
Em nota, a Embraer esclareceu que a maior parte dos funcionários da unidade em São José dos Campos não aderiu à paralisação “imposta” pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Segundo a empresa, todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% das equipes.

“Esta manhã houve um bloqueio feito pelos representantes do sindicato aos principais acessos dos funcionários à empresa, atrasando a entrada de carros e ônibus do primeiro turno assim como do turno administrativo, o que foi garantido somente com a chegada da Polícia Militar”, diz.

A Embraer esclareceu ainda que as negociações sobre a data-base são realizadas entre a Fiesp e o sindicato. Foram realizadas duas reuniões de negociação, durante as quais a Fiesp apresentou inicialmente a proposta de abono e, posteriormente, uma segunda proposta de reajuste salarial da inflação do período (3,28%).

“A Embraer respeita o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores. Contudo, a empresa reprova veementemente e lamenta os fatos como o de hoje que visam cercear o direito constitucional de ir e vir dos empregados ao criar obstáculos para acesso ao local de trabalho”, complementa a nota.

Por fim, a empresa informou que as unidades de Eugênio de Melo e EDE, ambas em São José dos Campos, além de Botucatu, Campinas, Gavião Peixoto, Sorocaba e Taubaté funcionam normalmente.

Por sua vez, a Fiesp, que representa as empresas do segmento da indústria aeronáutica de São Paulo, reforçou que “o processo negocial encontra-se em andamento”.

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