Toffoli: Estado que não está sob controle do Judiciário é fascista
Presidente do Supremo disse que decisão de suspender investigações vai além do caso de Flávio Bolsonaro
atualizado
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou que o Estado que não quer estar sob controle do Judiciário é “fascista e policialesco”. Ainda segundo o ministro, a decisão de suspender investigações criminais que usem dados detalhados de órgãos de controle sem autorização judicial é “uma defesa de todos os cidadãos”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“Só não quer o controle do Judiciário quem quer Estado fascista e policialesco, que escolhe suas vítimas. Em vez de Justiça, querem vingança”, disse o ministro em entrevista ao veículo. Esta é uma das primeiras declarações de Toffoli após a polêmica decisão que pode suspender diversas investigações.
O presidente ainda afirmou que a decisão vai além do caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), investigado após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar movimentações bancárias suspeitas. “É uma defesa de todos os cidadãos, pessoas jurídicas e instituições contra a possibilidade de dominarem o Estado e, assim, atingirem as pessoas sem as garantias constitucionais de respeito aos direitos fundamentais e da competência do Poder Judiciário”, declarou.
Entenda
No início da semana, o ministro Dias Toffoli determinou a suspensão dos processos judiciais que usaram dados bancários de pessoas investigadas compartilhados por órgãos de controle, como Coaf, Receita Federal e Banco Central, sem autorização da Justiça.
A decisão, no entanto, atende sobretudo pedido do senador Flávio Bolsonaro. A investigação sobre o filho 01 do presidente começou com o compartilhamento de informações do Coaf. Em seguida, a Justiça fluminense autorizou a quebra de sigilo bancário. As suspeitas tiveram origem na movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas do ex-assessor do parlamentar Fabrício Queiroz.