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Temer lidera organização criminosa há 40 anos, dizem procuradores

Em coletiva de imprensa, integrantes do MPF deram detalhes da operação que prendeu o ex-presidente Temer e outros envolvidos

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Tomaz Silva/Agência Brasil
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1 de 1 1111906-tmazs_abr_031320188842_1 - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o suposto grupo criminoso liderado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), preso nesta quinta-feira (21/3), atua há pelo menos 40 anos em práticas ilegais. Em coletiva de imprensa, na sede da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, os procuradores deram detalhes da Operação Descontaminação que, além de Temer, levou o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) para a cadeia.

Conforme informado pela PF mais cedo, a investigação que resultou na prisão de Temer, do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, do coronel João Baptista Lima Filho e outros envolvidos, decorreu de elementos colhidos em três operações: Radioatividade, Pripyat e Irmandade. Todas embasadas em colaboração premiada firmada com a polícia.

Em relação a atuação de Temer e de seu amigo, coronel Lima, a procuradora regional Fabiana Schneider (foto em destaque) deixou claro que eles faziam parte do esquema há pelo menos 40 anos. “O coronel Lima, apesar de não fazer parte da Argeplan desde a década de 80, já atuava por meio da empresa”, afirmou.

Ela ainda disse ser notável a presença do ex-presidente na organização. “É possível ver a influência dele na empresa. Esse grupo criminoso que foi preso hoje tem atuação de praticamente 40 anos e isso ficou muito bem demonstrado pelas investigações”, pontuou a procuradora.

Ainda segundo Fabiana, foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que houve uma tentativa de depósito na conta da Argeplan no valor de R$ 20 milhões, em outubro de 2018. “Esse fato precisa ser mais bem aprofundado mas indica que a organização criminosa continua atuando”, pontuou.

Destruição de provas
De acordo com o procurador regional da República José Augusto Vagos, o grupo criminoso monitorava a Polícia Federal e destruía provas para dificultar a ação da força-tarefa. “A organização forjava documentos e destruía provas com fim de destruir as investigações”, disse.

“Funcionários com discursos afinados e anteriormente combinados para que pudessem justificar atividades em tese ilícitas. “Há uma série de fatos graves, produzidos através de elementos muito fortes que geraram esses pedidos de prisões”, justificou o procurador.

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