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Temer denunciado: Oposição anuncia que vai obstruir votação em plenário

Segundo líderes, defensores do prosseguimento das investigações foram orientados a não registrar presença para que sessão seja adiada

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Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A menos de 24 horas para a apreciação da denúncia contra Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) no plenário da Câmara dos Deputados, líderes da oposição anunciaram que os partidos favoráveis ao prosseguimento do processo tentarão obstruir a sessão. A estratégia é convencer os parlamentares a não registrar presença na Casa para adiar, ao máximo, o início da votação. O quórum necessário para a análise da matéria é de 342 dos 515 deputados federais.

Segundo o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), além de adiar a votação prevista para esta quarta-feira (25/10), o objetivo é deixar o Planalto “sangrando” pelos próximos dias. “A responsabilidade de dar quórum é do governo”, resumiu. Guimarães informou que os partidos de oposição têm orientado parlamentares a permanecer em Brasília, mas não se dirigir à Câmara até segunda ordem. “Esse é o melhor caminho para cada um se preservar”, considerou.

O líder da minoria questionou o número de votos favoráveis a Temer estimado pela base governista. Aliados têm divulgado, nos últimos dias, que o presidente pode registrar de 250 a 270 votos em plenário. “Não é certa a vitória do governo. A vaca pode ir pro brejo”, afirmou o petista.

Para o líder do PDT na Câmara, Weverton Rocha (MA), a pressão da população e a proximidade com o ano eleitoral pode reverter votos favoráveis ao Planalto na primeira denúncia, rejeitada em agosto por um placar de 263 a 227. “Amanhã (25), se a sessão cair, conseguiremos, nos próximos dias, criar o ambiente necessário para contaminar de forma positiva a população”, comentou.

Ganhar tempo
Com um possível adiamento da sessão, projetam os líderes, o governo pode estar à mercê da divulgação de novas delações, de renegociações com parlamentares da base e da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o desmembramento da votação. Na manhã desta segunda (23), o vice-líder do PCdoB na Câmara, Rubens Pereira Júnior (MA), entrou com mandado de segurança no STF, solicitando o desmembramento da votação de cada acusação enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A intenção, segundo o deputado, é “forçar” os parlamentares a reiterar o apoio ao Planalto repetidas vezes. “Uma coisa é votar uma única vez, tímida e rapidamente, outra é você ter que manifestar sua posição quatro vezes”, afirmou. Ele se refere ao fato de que cada um dos três denunciados serem citados por organização criminosa. Temer, por sua vez, também é implicado por obstrução da Justiça. Daí, em sua avaliação, serem necessárias quatro votações.

Pressão popular
Os líderes afirmaram que, até o momento, não está previsto nenhum protesto para esta quarta (25) na Esplanada dos Ministérios. Guimarães ressaltou, contudo, que os partidos de oposição estão em “mobilização constante” com sindicatos e movimentos sociais. Os parlamentares preveem que a pressão pela abertura do processo venha, sobretudo, das redes sociais.

De acordo com o líder do PSB, Júlio Delgado (MG), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria, a partir de um acordo firmado, liberado as galerias do plenário da Casa para militantes das alas que são a favor e contra a investigação do presidente. Delgado afirmou que a decisão partiu de um apelo da oposição. “Queremos demonstrar dentro do plenário o sentimento da sociedade lá fora”, disse.

A decisão, no entanto, foi negada pela assessoria de imprensa da Presidência da Câmara. O setor informou que, segundo a Polícia Legislativa, apenas jornalistas terão acesso à galeria do plenário no momento da votação.

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