Tebet vai disputar com Renan indicação do MDB à presidência do Senado
Bancada do partido vai começar a avaliar indicação a partir da próxima terça-feira (29/1)
atualizado
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Vista como uma espécie de “plano B” do MDB, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) decidiu se antecipar e oficializou, nesta segunda-feira (21/1), sua intenção de disputar contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a preferência da bancada da legenda para eleição de presidente do Senado. Renan é um dos nomes fortes para a disputa, mas considerado parlamentar hostil ao governo Jair Bolsonaro.
Simone conversou com o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), e comunicou suas intenções no fim da tarde desta segunda-feira. O movimento não estava previsto até a semana passada e a senadora era tratada como uma espécie de alternativa a Renan, já que ele sofre resistência de parte da opinião pública por estar identificado com a “velha política”. Em nota na qual anunciou sua decisão, Simone faz referência justamente ao “recado das urnas”, em tom de contraposição à candidatura do alagoano.
“Coloco minha candidatura em defesa da independência, da autonomia, da soberania do Senado, que será a ponte de travessia para todas as saídas econômicas, sociais, regionais e políticas para o país. É preciso resgatar e fortalecer o papel constitucional do Senado Federal. Além disso, devemos absorver o recado das urnas, que clamou por renovação na política e, consequentemente, no Senado”, disse em nota. “É um novo tempo, são novos ventos. É hora de olhar para a frente e nos reinventarmos, sob pena de sucumbirmos. Há um clamor por renovação. Por isso, coloco a minha candidatura na bancada”.
A bancada do MDB irá decidir se indica Renan, Simone ou eventuais outros candidatos da sigla a partir da próxima terça-feira (29), quando os emedebistas vão iniciar o debate para saber quem é a melhor opção. Ao todo, o partido terá 12 parlamentares. Atualmente, a bancada estaria dividida.
Até a semana passada, interlocutores de Simone enxergavam uma leve vantagem para Renan, mas agora dizem que o cenário oscila entre empate ou vantagem para ela. “Sabemos da importância que o Senado terá na travessia desse novo momento pelo qual o país está atravessando”, complementa a nota.
A candidatura de Simone é vista com simpatia até mesmo por candidaturas lançadas em oposição a Renan. O senadores Major Olímpio (PSL-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) já chegaram a declarar ao Estadão/Broadcast que podem abrir mão de suas candidaturas ao comando da Casa se o MDB optar pelo nome da senadora do Mato Grosso do Sul.
Mais cedo, Renan usou o Twitter para dizer que não tem intenção de ser novamente presidente do Senado Federal. “Os alagoanos me reelegeram para ser um bom senador, não presidente”, afirmou. “Já fui várias vezes (presidente do Senado), em momentos também difíceis. A decisão caberá à bancada, e temos outros nomes”, escreveu Renan, que já presidiu a Casa por quatro vezes.