STF vai investigar assessor de Bolsonaro sobre vídeo das hienas
Filipe Martins, assessor internacional da Presidência, endossou imagens e será alvo, segundo colunista da Folha, do inquérito das fake news
atualizado
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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai investigar o assessor internacional da Presidência da República Filipe Martins no inquérito criado pela própria corte para apurar fake news contra seus 11 ministros. Segundo o colunista Bruno Boghossian, da Folha de São Paulo, a decisão de abrir inquérito foi motivada por um tuíte em que ele endossa o vídeo do “leão e das hienas”, postado na conta do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta semana.
“O establishment não gosta de se ver retratado, mas ele é o que ele é: um punhado de hienas que ataca qualquer um que ameace o esquema de poder que lhe garante benefícios e privilégios às custas do povo brasileiro. Isso só mudará quando o Brasil se tornar uma nação de leões”, tuitou Martins.
O establishment não gosta de se ver retratado, mas ele é o que ele é: um punhado de hienas que ataca qualquer um que ameace o esquema de poder que lhe garante benefícios e privilégios às custas do povo brasileiro. Isso só mudará quando o Brasil se tornar uma nação de leões.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) October 29, 2019
Apesar de o presidente ter apagado o vídeo, militantes repercutiram o episódio intensamente no Twitter e, após críticas do ministro do STF Celso de Mello, levaram a hashtag #HienasdeToga aos tópicos mais comentados da rede social.
O STF tinha avaliado também a possibilidade de pedir explicações ao próprio Bolsonaro, mas como, com a repercussão do episódio, o presidente classificou a postagem como um erro e pediu desculpas, o Supremo recuou.
Leão x hienas
O vídeo em questão traz Bolsonaro como um leão cercado de hienas representando várias instituições e movimentos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ao próprio STF. Contra as “hienas” surge, ao fim da montagem, um outro leão, identificado como “conservador patriota”, que chega para ajudar o “presidente”.
Ao postá-lo, Jair Bolsonaro fez referência a países da América Latina que passam por agitações políticas, como Chile, Peru e Equador, e a vitórias eleitorais de políticos identificados à esquerda, como na Argentina e na Bolívia.