Servidores param nesta 3ª contra Nova Previdência e cortes na educação
No Distrito Federal, a mobilização está com concentração marcada para as 9h, em frente do Museu Nacional
atualizado
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A greve nacional pela educação, que contará com a participação de outras categorias, visa também protestar contra a reforma da Previdência. Esta é a proposta de servidores públicos, professores e estudantes para esta terça-feira (13/08/2019), Dia Nacional de Mobilização, Paralisações e Greves.
Além de brigar contra a proposta de reajuste previdenciário aprovada na Câmara dos Deputados, na semana passada, os trabalhadores prometem esforços conjuntos para derrubar os cortes anunciados pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) na área de educação.
No Distrito Federal, a mobilização está com concentração marcada para as 9h, em frente ao Museu Nacional. Lá, serão repassadas algumas deliberações e orientações para os participantes. Como a reforma da Previdência seguiu para o Senado, a pressão agora será sobre aquela Casa.
Dessa forma, os organizadores da greve, que se dará apenas nesta terça-feira (13/08/2019), farão uma marcha até o Congresso Nacional, onde irão procurar os senadores que pretendem votar com o governo a fim de demovê-los da ideia, além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“Esperamos a adesão de pelo menos 80% dos professores da rede pública do Distrito Federal”, revela Cláudio Antunes, diretor de Imprensa e Divulgação do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF).
Otimismo
Tal otimismo se deve, segundo Santana, à gravidade não só da reforma da Previdência, como também aos cortes impostos pelo governo na educação.
“No DF, desde 2016 cerca de 1.440 professores se aposentam a cada ano”, explica o diretor do Sinpro. “Com a reforma aprovada, haverá um impacto de adiamento nessas aposentadorias de pelo menos 95%”, contabiliza.
Cláudio Antunes ressalta que, no Distrito Federal, para atingir todos os requisitos necessários para se aposentar, professoras levam até 32 anos e professores, 37.
“Por isso, esperamos professores da educação básica, ensino médio e superior e também os da iniciativa privada. E estudantes do ensino médio e do superior”, convida o diretor. O Sinpro-DF disponibilizará ônibus, para aqueles que quiserem participar do ato, que sairão das diversas regiões administrativas. Confira os locais e horários de saída aqui.
Aparato
A Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), por sua vez, promete usar o seu aparato para apertar o governo contra algumas das propostas básicas do novo texto previdenciário, que prevê aumento na contribuição dos servidores.
“Além da exigência da idade mínima — 65 anos homens e 62 mulheres —, 40 anos de contribuição para receber o benefício integral, redução dos valores da aposentadoria, das pensões por morte e por invalidez, a reforma ataca diretamente os trabalhadores e as trabalhadoras do serviço público”, diz a Condsef, por meio de nota.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) disponibilizou, em seu endereço eletrônico na internet, um mapa com locais e horários dos atos confirmados em todo o país. Você confere aqui.
Aulas repostas
A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informa que as aulas eventualmente não ministradas durante a paralisação deverão ser repostas, ainda no semestre em curso, em datas a serem definidas pelas direções das escolas.
UnB sem aulas
Em assembleia geral, a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) aprovou a participação dos professores e das professoras da instituição na paralisação desta terça-feira (13/08/2019). Desta forma, aulas e demais atividades acadêmicas serão suspensas.
Além da pauta da mobilização, os participantes da assembleia elegeram outro alvo: o Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se, lançado pelo Ministério da Educação.
“A demonstração da rejeição da comunidade docente ao projeto do governo deverá acompanhar a construção de análises críticas sobre o Future-se, com o objetivo de informar a sociedade, fornecendo elementos que denunciem a gravidade dessa proposta”, coloca a ADUnB.
A assembleia também aprovou a criação de um grupo de trabalho para debater o Future-se, realizando a verificação dos relatórios jurídicos e demais documentos produzidos sobre o projeto, além de análise conjuntural.