Servidores acessaram dados sigilosos de Bolsonaro e Michelle
Funcionários são da Receita Federal, que abriu sindicância para apurar o fato, e já teriam sido identificados. Polícia Federal investiga
atualizado
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A Polícia Federal investiga dois servidores federais de Campinas (SP) acusados de acessar dados sigilosos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Funcionários da Receita Federal, eles teriam usado o sistema do órgão para acessar informações fiscais do casal.
No início da noite desta sexta-feira (5/4), a Receita divulgou uma nota sobre o assunto. “Após identificar o acesso a informações fiscais do sr. presidente da República e de integrantes de sua família, por dois servidores, o órgão abriu sindicância para apurar as circunstâncias em que esse acesso foi realizado”, informou o órgão.
“A sindicância concluiu que não havia motivação legal para o acesso e, por esta razão, a Receita [o] notificou à Polícia Federal ao mesmo tempo em que iniciou procedimento correicional, visando apurar responsabilidade funcional dos envolvidos”, completou a Receita, que não informou quando a violação teria ocorrido.
A Polícia Federal já teria, inclusive, realizado diligências relacionadas ao caso.
Servidores já teriam sido identificados
Mais tarde, a Receita Federal revelou já ter identificado os dois servidores que acessaram os dados do presidente e da primeira-dama de maneira ilegal. Um deles seria Odilon Ayub Alves, irmão da deputada federal Norma Ayub (DEM-ES), do DEM.
Para o líder da sigla na Câmara, deputado federal Elmar Nascimento (DEM-BA), a ligação entre Odilon e a deputada Norma Ayub não é motivo para indicar qualquer relação da parlamentar com o caso.
Episódio “gravíssimo”
Após a divulgação do episódio, líderes de partidos políticos se manifestaram nesta noite, condenando o acesso ilegal a dados sigilosos do presidente da República e de sua mulher.
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que o acesso irregular a dados fiscais de Bolsonaro e familiares é “gravíssimo” e significa roubo de dados do mandatário. “É gravíssimo. Isso é caso de polícia. É roubar dados fiscais do presidente”, protestou.
Já os líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), e do DEM, Elmar Nascimento (BA), na Câmara afirmaram que o caso precisa ser investigado com seriedade pela Polícia Federal.
“Se até o presidente da República sofre abuso de poder, imagina o que acontece com o cidadão comum no dia a dia”, afirmou Elmar. “Sem dúvida a quebra de sigilo, sem autorização judicial, é muito grave”, ressaltou Sampaio.