Saiba como será a posse presidencial de Bolsonaro em 1º de janeiro
Cerimônia deve reunir 500 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios
atualizado
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Em 1º de janeiro, Jair Bolsonaro, o 38º presidente da República do Brasil, participa da cerimônia de posse que dá inicio ao primeiro de seus quatro anos de mandato. A expectativa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão ligado à defesa da Presidência, é de que até 500 mil pessoas participem do evento, que ocorre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O presidente eleito deve chegar à Esplanada por volta das 14h30.
Conforme mostrou a reportagem, a posse presidencial dobrou a taxa de ocupação nos hotéis de Brasília para a virada do ano, segundo estimativas do setor. A ocupação média está em 67%, com expectativa de alcançar 75%. Os estabelecimentos de luxo são os mais procurados até agora.
Segurança
Devido ao atentado à faca sofrido por Bolsonaro em setembro, durante a campanha, o esquema de segurança da cerimônia será reforçado. Ainda não foi definido se o presidente eleito desfilará a bordo do Rolls-Royce conversível, tradicional veículo usado durante cerimônias pelos presidentes desde a década de 1950. O carro foi utilizado no primeiro ensaio na Esplanada, realizado no domingo (23/12).
A Esplanada será bloqueada desde o início da madrugada de 31 de dezembro e será reaberta apenas na manhã de 2 de janeiro. Será proibida a entrada de pessoas com bebidas alcoólicas, garrafas, fogos de artifício, apontadores de laser, animais, bolsas, mochilas, máscaras, produtos inflamáveis, armas de fogo, objetos cortantes, drones e até carrinhos de bebê. Haverá revista manual e detector de metais para entrar na cerimônia.
O trajeto
Jair Bolsonaro deve sair por volta das 14h da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência, com destino à Catedral Metropolitana de Brasília, um dos marcos arquitetônicos da cidade, localizada na Esplanada. Ali, Bolsonaro encontrará o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, e, em carros separados, seguirão até o Congresso Nacional. Diferentemente de outras posses, não haverá cerimônia religiosa na Catedral.
Em um cortejo que deve durar 15 minutos, Bolsonaro, acompanhado de sua mulher, Michelle Bolsonaro, e Mourão, também acompanhado pela esposa, Paula Mourão, serão recebidos pelo presidente do Senado, Eunício de Oliveira (MDB-CE) e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na Casa, também estará presente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, além de outros líderes políticos. Haverá uma sessão solene no Plenário da Câmara, fechada para convidados, conduzida por Eunício, que deve discursar após o presidente eleito. O Hino Nacional será executado pela Banda dos Fuzileiros Navais. Em seguida, o presidente e o vice-presidente eleitos serão considerados empossados.
Após essa cerimônia, Bolsonaro desfilará em direção ao Palácio do Planalto, trajeto que contará com a tradição de 21 tiros de canhão e desfile das tropas do Exército Brasileiro. Ao subir a rampa do Palácio, Bolsonaro será recebido pelo presidente Michel Temer, que entregará a faixa presidencial ao novo presidente. A cerimônia se encerra com um discurso público de Bolsonaro, que também deve empossar seus ministros e posar para foto oficial.
Para finalizar, um coquetel ocorrerá no Palácio do Itamaraty com a presença de aproximadamente 2.500 convidados, entre eles. autoridades nacionais e internacionais.
Convidados
Cerca de 60 delegações estrangeiras são esperadas na posse. Uma delas é a dos Estados Unidos, chefiada Mike Pompeo, secretário de Estado. Apesar da aproximação com o país, nem o presidente Donald Trump nem o vice-presidente, Mike Pence, participarão do evento.
Desde a campanha, Bolsonaro tem se alinhado a medidas tomadas pelos EUA, como a pretensão de mudar a embaixada brasileira em Israel para a cidade de Jerusalém, atualmente não considerada a capital oficial do país. A questão é polêmica e desagradou países árabes, importantes parceiros comerciais do Brasil.
Por isso, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, seria um dos destaques presentes na posse. O premiê deve vir ao Brasil para se reunir com Bolsonaro no Rio de Janeiro antes da cerimônia, e havia confirmado presença no evento, mas, por conflitos internos, não ficará até o dia 1º no país. É a primeira vez que um premiê de Israel vem ao Brasil em viagem oficial.
“Desconvites”
Enquanto Bolsonaro consolida laços com alguns países, três chefes de Estado foram proibidos de comparecer à posse: da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua. Criou-se polêmica em relação aos convites para os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Em 16 de dezembro, Bolsonaro publicou em sua conta no Twitter que “regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019”.
O tuíte gerou a reação do chanceler venezuelano Jorge Arreaza, que publicou na mesma rede social fotos do convite da embaixada brasileira a Maduro, reforçando que o presidente venezuelano “jamais considerou assistir à posse de um governo como o de Bolsonaro”.
Ernesto Araújo, futuro chanceler brasileiro, veio a público explicar que o Itamaraty recomendou o convite a todos os chefes de Estado, assim sendo enviado o comunicado, mas que depois a equipe de Bolsonaro julgou adequado desconvidar os líderes venezuelano e cubano.
Posteriormente, Araújo publicou também no Twitter que “frente às violações do regime Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1°”. A crítica direta ao presidente nicaraguense, Daniel Ortega, marcou o terceiro país a ser barrado da posse de Bolsonaro.
Confira o cronograma previsto:
14h00 – Bolsonaro sai da Granja do Torto
14h25 – Chega à Catedral de Brasília, de onde parte para o desfile até o Congresso
14h50 – Chega ao Congresso
15h – Começa a solenidade de posse no plenário da Câmara dos Deputados
16h – Execução do Hino Nacional
16h20 – Deslocamento para Palácio do Planalto
16h30 – Pronunciamento oficial
18h15 – Fotografia Oficial
18h25 – Chegada ao Itamaraty para receber autoridades