“Ricardo Salles trabalha para o agro”, diz deputado ambientalista
Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara critica ministro, alerta para aumento da devastação da Amazônia e uso de agrotóxicos
atualizado
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No primeiro mandato de deputado, o ex-prefeito de Bauru (SP) Rodrigo Agostinho (PSB) foi escolhido para presidir a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Nesse posto, tem a responsabilidade de acompanhar as políticas do governo federal para o setor.
Os primeiros 100 dias do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Palácio do Planalto deram uma ideia do que vem pela frente nos próximos quatro anos. A atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, preocupa do parlamentar.
“Ele está trabalhando de maneira intensa para o agro, mas quem tem de defender o agro é a ministra da Agricultura (Tereza Cristina)”, afirma Agostinho. “Estou muito preocupado com a agenda do Salles, precisamos de um ministro do meio ambiente que esteja à altura da nossa biodiversidade”, completa.
Com 41 anos e envolvido com temas ambientais desde a década de 1990, o deputado paulista chama a atenção para alguns aspectos do governo Bolsonaro. “Estamos com taxas altíssimas de desmatamento este ano e podemos chegar a 25.600 km2, total igual ao de 1995”, alerta.
Brumadinho
No horizonte das discussões da comissão, também estão propostas relacionados ao rompimento de barragens, decorrência da tragédia de Brumadinho (MG). “Se tivéssemos implementado um projeto de segurança de barragens, Brumadinho não teria acontecido”, avalia o deputado.
Em entrevista ao Metrópoles, Agostinho também destaca outros dramas ambientais no Brasil. Ele lembra, por exemplo, declarações de Bolsonaro contrárias à demarcação de terras indígenas e a criação de áreas de proteção da natureza.
Sobre o governo, o parlamentar critica a liberação de 130 tipos de agrotóxicos para as lavouras brasileiras. “Isso é um desastre do ponto de vista ambiental e da saúde pública”, diz.
Agostinho ressalta, ainda, a decisão de Bolsonaro de acabar com conselhos e comitês com representantes da sociedade civil, modelo seguido pelos últimos governos.
Confira a íntegra da entrevista.