Relação de Bolsonaro com militares fica com “gosto de barata”
Influência dos filhos e dos “olavistas”, que não dispensam críticas ao núcleo militar, traz desconforto
atualizado
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As críticas feitas pelos três filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à ala militar do governo, inclusive ao vice-presidente Hamilton Mourão, já têm reflexos na Câmara dos Deputados. Um parlamentar do partido do governo definiu que a relação entre Bolsonaro e militares está ficando com “gosto de barata”. A informação é da revista Época.
“É como gosto de barata. Eles estão colocando gosto de barata na relação. Não mata, mas também não fica igual. Fica aquele amargor”, declarou o parlamentar, que não foi identificado, à revista.
De acordo com a publicação, as demissões ocorridas no Ministério da Educação (MEC) deixaram a situação ainda mais amarga. Isso porque Marcus Vinícius Rodrigues, diretor do INEP exonerado pelo ministro Vélez Rodriguez, foi indicado para o cargo pelo grupo de transição comandado pelo general Augusto Heleno.
A revista afirma que Bolsonaro chegou a pedir uma lista com possíveis nomes para substituir Vélez e cinco foram apresentados pelos militares, sendo um deles o do próprio Marcus Vinícius.
“Sua demissão levanta duas hipóteses: o prestígio da filhocracia ou a situação de cativeiro na qual o presidente se encontra, sem saber como lidar com a fúria da militância virtual de Olavo de Carvalho”, diz a publicação.
O texto lembra que o presidente conseguiu trazer para sua gestão parte da turma de cadetes com os quais se graduou em 1977, na Academia dos Agulhas Negras (Aman). Isso significa que o choque entre os filhos do presidente, os olavistas e os militares traz desgaste emocional e político a Bolsonaro.