metropoles.com

Reforma da Previdência tem votos necessários para aprovação no Senado

Antes de ir a plenário, a proposta precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Senado
1 de 1 Senado - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A reforma da Previdência já tem os votos necessários para ser aprovada no plenário do Senado Federal. O Placar da Previdência, elaborado pelo jornal O Estado de São Paulo, aponta 53 votos “sim” ao texto. É mais que o número necessário para fazer uma mudança na Constituição, que requer o apoio de 49 senadores em dois turnos de votação.

Antes de ir a plenário, a proposta precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), prometeu entregar o parecer em até três semanas.

No levantamento, 13 senadores se declararam contrários à proposta. Quatro se disseram indecisos e outros dez não quiseram responder. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pode, pelo regimento, se abster de votar e não ser incluído no placar.

A reforma da Previdência já obteve a chancela da Câmara dos Deputados. Nos dois turnos, precisava do apoio de 308 parlamentares, mas obteve margem bem maior, 379 votos no primeiro turno e 370 no segundo.

No Senado, o governo também espera folga em relação ao placar mínimo exigido. De acordo com apuração do Estado, a equipe econômica conta com 64 votos de um total de 81 senadores.

Em busca da consolidação de um amplo apoio à proposta, o governo vai reforçar nos próximos dias o diálogo com os congressistas e também tirar dúvidas sobre o texto.

A maior parte dos senadores que votam a favor da reforma são de partidos de centro, como DEM, MDB, PSDB, PSD, PP. No entanto, há também um parlamentar do PDT que declarou voto a favor: Acir Gurgacz (RO). O PDT ameaça expulsar deputados que, na tramitação da Câmara, optaram pelo “sim” à proposta. Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL deve dar todos os quatro votos que possui para a aprovação da reforma.

Ambiente positivo

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou ao Estadão/Broadcast que o empenho da equipe é para manter a proposta como foi aprovada na Câmara. A versão avalizada pelos deputados prevê a economia de R$ 933,5 bilhões em uma década.

“Nossa expectativa é a melhor possível”, disse Marinho. De acordo com o secretário, as declarações de Alcolumbre, da presidente da CCJ no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), de Jereissati e de lideranças na Casa sinalizam para um ambiente positivo de votação. “O tema amadureceu na sociedade, e os senadores acompanharam a discussão na Câmara. É por isso que temos um número tão alto (apoiando a reforma)”, afirmou o secretário.

Da forma como está o texto, a reforma fixa uma nova idade mínima para se aposentar no Brasil – 65 anos para homens e 62 anos para mulheres –, que vai valer apenas para as pessoas que irão entrar no mercado de trabalho. Os que estão trabalhando poderão escolher a mais favorável, entre cinco regras de transição criadas.

A nova idade valerá tanto para trabalhadores da iniciativa privada como para servidores públicos da União.

Placar

Entre os 53 senadores que se manifestaram favoravelmente à reforma, 11 disseram apoiar a inclusão de estados e municípios nas novas regras previdenciárias. Esse ponto integrava a proposta original do governo, mas acabou caindo diante da resistência de lideranças de centro na Câmara, que temiam assumir o desgaste político da medida no lugar dos governadores de seus estados, que são de partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro.

Para não atrasar a tramitação do texto atual, o Senado vem articulando a inclusão de Estados e municípios por meio de uma proposta paralela. As lideranças na Câmara, porém, continuam resistentes a essa medida.

Capitalização

O governo federal pretende enviar uma proposta de capitalização do sistema previdenciário ao Congresso. Espécie de poupança que o próprio trabalhador faz para assegurar a aposentadoria no futuro, o modelo foi sugerido na proposta de reforma da Previdência apresentada em fevereiro pela equipe econômica, mas retirado durante as discussões na Câmara dos Deputados. “A ideia é enviar brevemente tão logo se resolva a Previdência”, disse ontem o presidente Jair Bolsonaro, ao falar com a imprensa em frente ao Palácio da Alvorada.

A decisão foi anunciada mais cedo pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “O governo vai mandar essa PEC nas próximas semanas à Câmara dos Deputados”, afirmou a jornalistas, ao chegar na ‘Marcha para Jesus’ realizada ontem, em Brasília. Onyx, no entanto, disse acreditar que a proposta seria enviada ainda durante a tramitação da reforma da Previdência no Senado. “Vai depender da equipe técnica”, disse.

Questionado sobre se o modelo seria o mesmo do proposto em fevereiro, Onyx disse que haverá mais detalhes na medida a ser enviada ao Congresso. “Lá (na PEC da Previdência), estava apenas a autorização para fazer a capitalização”, disse. “Agora, virá uma PEC com todo o detalhamento.”

O ministro da Casa Civil classificou a proposta como a “Lei Áurea para o Brasil” porque, de acordo com ele, vai alavancar a poupança externa e “livrar o Brasil do capital externo”. “Defendo, por exemplo, que tenhamos optativamente o fundo de capitalização, ou poupança individual para aposentadoria”, disse

Para ele, a proposta também estabeleceria a contribuição patronal. “Defendo que tenha, mas é a equipe técnica é quem vai dar o balizamento, e nós vamos discutir depois”, afirmou.

Ao comentar o tema da Previdência, Bolsonaro voltou a defender que os senadores não alterem a proposta de reforma, aprovada pela Câmara semana passada, para evitar que o texto retorne à análise dos deputados federais. “No que depender de mim, eu não emendaria essa proposta que chegou agora no Senado”, disse.

No Congresso

Após comandar a votação que aprovou a reforma da Previdência na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu que o Senado tratasse de temas que não tiveram espaço na Casa, como regras da aposentadoria de servidores de estados e municípios e a capitalização. “São dois temas que, se introduzidos pelo Senado, serão debatidos novamente pela Câmara”, disse Maia nessa quarta-feira (07/08/2019).

Enquanto as discussões sobre a proposta paralela que inclua estados e municípios está avançada no Senado, a reintrodução da capitalização é tratada timidamente. Na última quinta-feira (08/08/2019), o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o assunto não estava em voga, mas será discutido caso algum parlamentar o traga à tona.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?