Reforma da Previdência deve sair nas próximas semanas, diz economista
Carlos Alexandre da Costa, que participa da equipe de transição, também afirmou que muitas estatais não têm valor e devem fechar
atualizado
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O economista Carlos Alexandre da Costa, que participa da equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, declarou que o próximo governo deve apresentar uma proposta de reformulação da Previdência Social nas próximas semanas. Conforme reiterou, será um projeto próprio, construído com a colaboração de outros já existentes.
“A proposta sobre Previdência será nossa, da nossa equipe”, disse Costa a jornalistas após participar do Macro Day BTG Pactual. Ele lembrou que o grupo conta com a participação de especialistas no tema, como os irmãos Abraham e Arthur Weintraub. “Óbvio que não vamos começar do zero, tem muita coisa que a gente vai incorporar. O trabalho do governo vai ser o de articular as melhores propostas que sejam viáveis politicamente”, observou.
Em relação ao cronograma, o ex-diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) não quis ser mais específico. “Não é só desenhar a proposta econômica, mas também entender com profundidade a viabilidade política”, ressaltou Costa.
Privatizações
O economista disse que a privatização é uma das prioridades do próximo governo e que seu andamento vai ajudar a reduzir o montante da dívida pública e, por consequência, a taxa de juros de longo prazo.
A privatização também deve ajudar a melhorar o quadro da produtividade, defendeu. Segundo ele, além de serem antigas, as estatais estão drenando a produtividade do país. “Uma vez as empresas privadas cuidando de setores que inclusive são estratégicos para a nossa economia, vamos ver a produtividade deslanchar”, afirmou.
Ele não deu detalhes sobre o programa de privatizações que o novo governo deve pôr em prática no próximo ano, mas salientou que o objetivo é trazer mais eficiência para a economia. “Empresa estatal é muito ineficiente. Muitas não têm valor e têm que fechar”, disse Costa.
Sobre o cenário externo, o ex-diretor do BNDES disse que, se houver uma crise internacional sem mudanças estruturais no Brasil, haveria risco de fuga dos investidores estrangeiros. Mas se a agenda avançar, o próprio perfil do investidor que aporta recursos aqui também muda, e assim a economia brasileira seria menos afetada por uma piora do quadro externo, na avaliação do economista.
Segundo Costa, os governo do PT criaram entraves para o desenvolvimento do ambiente de negócios. “Agora estamos trazendo um ciclo liberal”, disse, durante o evento. “O Estado tem que garantir segurança jurídica”, ressaltou, afirmando que hoje o Estado gera mais insegurança jurídica aos investidores.