Reforma da Previdência de Haddad começará por servidores estaduais
Candidato petista pretende atender à demanda feita pelos governadores que reclamam de dificuldades para pagar salários e benefícios
atualizado
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O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse estar disposto a atender às demandas de governadores e dar início a uma reforma da Previdência com modificações nos regimes de aposentadorias estaduais. Em entrevista concedida em Itajaí, litoral de Santa Catarina, o petista enfatizou que, se eleito, iniciará essas discussões, inclusive sobre idade mínima, antes de dar andamento a qualquer debate sobre o regime geral de aposentadoria.
“Nosso foco inicial são os regimes próprios de aposentadoria. Esse contingente de pessoas representa uma boa parte do problema, e muitos governadores não estão conseguindo sequer pagar os salários dos servidores”, afirmou Haddad.
Estes regimes próprios englobam principalmente servidores estaduais. A reclamação da maior parte dos governadores é não conseguir honrar os pagamentos dos salários e benefícios ao longo dos meses. Haddad disse que não se trata de ser a favor ou contra a reforma da Previdência, mas de propor ideias para melhorar a vida de quem mais precisa e capazes de acabar com privilégios. Ele lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu governo, em 2003, propondo reformar a Previdência.
“O Lula fez reforma da Previdência. A Dilma também fez. O problema não é fazer ou não fazer. O problema é quem vai pagar a conta, se são os privilegiados ou os que dependem dos benefícios sociais”, disse o petista.
“A demanda de governadores é que a gente enderece as demandas para os regimes próprios, abrindo a discussão com os servidores sobre idade mínima, sobre a contribuição, entre outros benefícios, para, só depois, seguir uma agenda para outras unidades de custo”, explicou.
Reformas
Junto com essa reforma, Haddad promete dar início, assim que assumir o governo, a outras três: bancária, tributária e fiscal.
“Nossa largada vai ser esta. Reforma tributária para diminuir o imposto dos mais pobres, da classe trabalhadora e da classe média, aumentar o imposto dos muitos ricos, que não pagam quase nada atualmente. Reforma bancária para diminuir o juro. Sem juro baixo, ninguém vai empreender no Brasil. Além disso, uma reforma fiscal. Resolvidas estas três reformas, a economia vai voltar a crescer, naturalmente”, afirmou.
Segundo Haddad, as reformas feitas por Lula permitiram que a economia crescesse durante os governos petistas. “O Lula fez reformas que foram fundamentais. Nós crescemos mais de 4% em média nos últimos 10 anos. Nós podemos voltar a crescer, agora: [o governo] precisa se dedicar a ter uma agenda que não penalize os mais pobres”, concluiu.