PSL espera demissão de ministro na volta de Bolsonaro do G20
Líderes do partido do presidente avaliam que comando do Turismo será trocado; em Osaka, Bolsonaro deu a entender que mudança pode ocorrer 2ª
atualizado
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Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deixava o Japão, neste sábado (29/06/2019), onde participou da reunião do G-20, em Osaka, lideranças do PSL tentavam driblar questionamentos sobre a constrangedora prisão de assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, pela Polícia Federal, no âmbito das investigações sobre a possível utilização de candidaturas laranja pelo PSL para desviar recursos do fundo partidário nas eleições de 2018.
A prisão dos auxiliares de Álvaro Antônio deixou a sigla apreensiva. Cresceu a avaliação de que a permanência de Álvaro Antônio, um político bem quisto na legenda, é insustentável. A decisão é do presidente, e, segundo membros do governo, já estaria tomada. Neste sábado, pouco antes de começar a viagem de volta, Bolsonaro chegou a defender o ministro, mas deu a entender que uma troca pode ocorrer na volta ao Brasil: “Até segunda-feira, os 22 são ministros”, afirmou.
Álvaro é apontado desde fevereiro como envolvido no chamado “laranjal” do PSL, sendo acusado de ter comandado esquema de lavagem de dinheiro por candidaturas laranjas em Minas Gerais enquanto era presidente do diretório regional.
Dúvidas na articulação
Ainda há dúvida no partido do presidente também se, de fato, a mudança anunciada na articulação política vai se efetivar, apesar do texto legal aprovado no Congresso – que tirou a função do relacionamento com o Parlamento do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para o novo secretário de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Há entre os líderes do governo avaliações distintas sobre o funcionamento da articulação política. Joice Hasselmann (SP) aposta na forma que tem sido adotada até agora, sob o comando de Onyx, que privilegia os acordos com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), únicos interlocutores assíduos do ministro.
Em contraponto, há os que questionamentos intramuros no PSL sobre os resultados do modelo para o presidente Bolsonaro, já que são crescentes as reclamações de deputados ao ministro da Casa Civil e ao modelo de diálogo exclusivamente com a cúpula das duas casas legislativas. Joice enfrenta críticas dentro do PSL de que sua forma de articulação acaba fortalecendo mais o presidente da Câmara que o próprio presidente Bolsonaro como figura política decisiva para o andamento das propostas. Maia, como se vislumbra no cenário político, é franco candidato à sucessão do presidente em 2022.
Mesmo entre dúvidas, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), já se reuniu com o general Ramos na manhã de sexta-feira (28/06/2019) e está entre os primeiros compromissos de Bolsonaro na segunda-feira próxima (01/07/2019) , após o retorno do Japão.