PSL alinha o discurso após demissão de Bebianno: “Não fará falta”
Líder na Câmara, Major Vitor Hugo diz que capacidade de articulação do governo não será afetada por demissão de “auxiliar”
atualizado
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Após a demissão de um dos principais articuladores da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno, o partido de Bolsonaro alinhou o discurso nesta terça-feira (19/2). O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) afirmou que o agora ex-ministro não vai fazer falta para o governo na busca pela aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Escolhido líder do governo na Câmara apesar de estar em seu primeiro mandato, Vítor Hugo se reuniu com o ministro Onyx Lorenzoni no Palácio do Planalto no início da tarde desta terça-feira (19/2). “A capacidade de articulação do governo não é afetada pela demissão de um auxiliar do governo”, disse. Para ele, se Bolsonaro interpretou que houve quebra de confiança, cabe à bancada respeitar a decisão.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) foi mais incisiva sobre a importância de Bebianno. “Não vai fazer falta alguma, vai é deixar de atrapalhar”, declarou a parlamentar ao Metrópoles.
A reportagem procurou o também deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente nacional do partido do presidente. Mas, segundo a assessoria do parlamentar, ele não vai se pronunciar sobre o caso Bebianno.
Dentre os parlamentares da legenda, o líder da bancada na Câmara, Delegado Waldir (GO), adotou um tom mais conciliador. “Se pegar as atribuições, não é atribuição dele [diálogo com o Congresso]. É do ministro Onyx [Lorenzoni, do DEM-RS] e dos líderes do governo”, disse.
Conforme afirmou ao Metrópoles, Bebianno era um importante representante do governo e tinha uma boa relação com o Congresso. Contudo, Waldir diz nunca tê-lo visto na Câmara e destacou que não cabia a Bebianno o papel de interlocutor do governo junto aos parlamentares. Ainda segundo ele, a bancada está “tranquilíssima” com a decisão de demitir Bebianno.
A previsão é que o presidente da República vá pessoalmente ao Congresso, nesta quarta-feira (20/2), entregar o projeto da reforma da Previdência. Com sua presença, Bolsonaro espera reforçar a intenção de criar uma agenda positiva após a crise e demonstrar que o governo está aberto ao diálogo com os parlamentares.
Reuniões
De volta à rotina no Palácio do Planalro, Bolsonaro se reuniu, no início da tarde desta terça, com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A pauta da reunião foi a situação da Venezuela.
Além dos presidentes dos demais poderes, Bolsonaro recebeu Luciano Bivar para um almoço. Ao deixar o Planalto, Bivar disse apenas que teve um “almoço cordial” com Bolsonaro e saiu sem dar mais declarações à imprensa.