Bolsonaro espera aprovação rápida da Previdência, afirma porta-voz
Discurso que precede a votação no plenário da Câmara é de liberdade para que parlamentares façam mudanças que julgarem necessárias
atualizado
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Na semana decisiva para a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, a prioridade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é que o texto seja aprovado o mais rapidamente possível em plenário, independentemente de discordâncias do governo, segundo afirmou o porta-voz do governo, Otávio do Rêgo Barros, na noite desta segunda-feira (08/07/2019).
Durante idas e vindas entre o Palácio Planalto e a residência oficial da Câmara, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, repassou ao chefe do Executivo federal que há esperança de aprovação da matéria, em dois turnos, ainda nesta semana. “A esse pensamento igualmente se associa o nosso presidente”, disse o porta-voz.
Bolsonaro afirmou, na sexta-feira passada, que alterações para melhorar o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aprovado na comissão especial no dia anterior, seriam bem-vindas. Todavia indicou que as mudanças podem ocorrer posteriormente no Senado.
Um dos pontos de tensão se refere às condições previdenciárias da categoria policial, alvo de pressão de entidades de classe. O próprio presidente se posicionou favoravelmente a condições especiais para as Forças de Segurança, antes da votação na comissão especial.
O discurso da véspera da votação no plenário da Câmara, no entanto, é o de liberdade para que os deputados federais façam suas avaliações sobre a melhor opção para a sociedade.
“O presidente tem suas percepções pessoais partidas do poder Executivo, mas no momento entende que a Câmara dos Deputados, liderada firmemente pelo deputado Rodrigo Maia, há de entender essas percepções e se, a partir desse entendimento, estiver alinhada com o presidente, há de fazer pequenas ou grandes modificações”, afirmou Rêgo Barros.
No decorrer da agenda desta segunda-feira, Bolsonaro conversou sobre o trâmite da Previdência também com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos — novo articulador da gestão — e com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O porta-voz do Planalto afirmou que houve liberação dos ministros com mandato para a votação. “O senhor presidente entende que a presença deles em plenário há de reforçar a presença do governo no plenário, no sentido de que a nova Previdência é essencial para o futuro do nosso país”, disse.
A princípio, três deles devem fazer a manobra: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo). Não há definição sobre se Osmar Terra (MDB-RS), da pasta da Cidadania, também fará o movimento.