Previdência: Aécio Neves discursa no final da sessão e defende reforma
Tucano lembrou da tentativa fracassada do PSDB ao tentar impor uma idade mínima para aposentadoria em 1988
atualizado
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O deputado federal Aécio Neves, tucano que concorreu à Presidência em 2014 e que na última semana viu dirigentes ligados ao governador João Doria (PSDB) pedirem sua expulsão do partido, foi à tribuna na Câmara dos Deputado na noite desta sexta-feira (12/07/2019) defender a reforma da Previdência, já ao fim da sessão.
No discurso, o tucano lembrou da tentativa fracassada do PSDB ao tentar impor uma idade mínima para aposentadoria em 1988, e elogiou a “liderança” do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na condução das discussões sobre as novas regras da Previdência, aprovadas em primeiro turno pela Casa.
“Há exatos 21 anos, esse mesmo plenário da Câmara, em maio 1998 – eu liderava o PSDB à época – rejeitou por um voto o estabelecimento da idade mínima para a Previdência”, lembrou o deputado, antes ocupante de uma cadeira no Senado.
Sobre o episódio, que Aécio classificou como equívoco, o deputado destacou que o Brasil passou então a acompanhar as consequências, com uma “recessão prolongada por um longo período” e baixo investimento. “A reforma é correta, aponta na direção certa sob a liderança de vossa excelência (Rodrigo Maia, presidente da Câmara)”, disse Aécio.
O tucano, que chegou a ser afastado do cargo de senador em 2017 por denúncia de corrupção, criticou, por outro lado, o que chamou de “dois discursos extremados” nos debates da reforma e cobrou que o governo federal apresente ao Congresso uma agenda de retomada do crescimento.
Humildade e respeito
“Se alguns acham que hoje é o fim de alguma coisa, eu digo, com mais de 30 anos de mandatos consecutivos, estamos apenas no começo de uma nova história para cuja construção é preciso que haja humildade e respeito às posições adversárias e, sobretudo, um governo que assuma suas responsabilidades”, disse.
O PSDB apoia a reforma da Previdência, que foi aprovada em primeiro turno na Câmara. Um integrante do partido, o deputado Samuel Moreira, foi o responsável pela relatório do texto, que sofreu alterações em relação ao que foi enviado pelo governo Bolsonaro.
A pressão pelo desligamento de Aécio do PSDB se intensificou depois que ele virou réu na semana passada na Justiça Federal de São Paulo, acusado de receber propina de R$ 2 milhões do grupo J&F e tentar obstruir investigação da Lava Jato.