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Presidente da Postalis é suspeito de pedir propina em nome de Rosso

Delator da Andrade Gutierrez diz que André Motta pediu R$ 500 mil na época em que Rogério Rosso foi governador-tampão do DF

atualizado

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1 de 1 andre motta - Foto: Postalis/Reprodução

O presidente da Postalis, fundo de pensão dos servidores dos Correios, André Luís Carvalho da Motta e Silva, é apontado como representante do deputado federal Rogério Rosso (PSD) para a cobrança de R$ 500 mil em propina. A quantia seria para referendar a assinatura do contrato referente às obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que ocorreu quando Rosso foi governador-tampão do DF, em 2010. A afirmação consta na delação premiada de Rodrigo Ferreira Lopes da Silva, ex-diretor da Andrade Gutierrez.

Os depoimentos prestados por Lopes ao Ministério Público Federal (MPF) estavam sob sigilo até a tarde de terça-feira (30/5), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou público o material. Segundo Lopes, em 2010 André Motta entrou em uma reunião da Andrade Gutierrez e pediu, em nome de Rosso, a quantia como contrapartida para a assinatura do contrato.

Quando o documento foi assinado, Motta teria recebido o dinheiro em espécie. “O pagamento foi feito porque Rosso deu seguimento à obra”, afirmou Lopes ao MPF. Lopes disse ainda que, antes do acerto, outro interlocutor teria pedido R$ 12 milhões em nome de Rosso, o que foi negado. O delator, contudo, não soube precisar a identidade de quem teria solicitado a propina milionária.

Rosso comandou o DF para completar o mandato de José Roberto Arruda (PR), afastado em 2010 devido ao envolvimento com a Caixa de Pandora. Naquela época, Motta acumulava várias funções na Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan): era diretor administrativo e financeiro; diretor de parcerias e projetos estratégicos; e responsável pela contratação de parcerias público-privadas (PPPs). Motta, que chegou a se tornar presidente do órgão, recebia empresários e negociava projetos.

Além das reuniões com a Andrade Gutierrez para discutir as obras do Mané Garrincha, ele tratava de processos como a PPP do Centro Administrativo do DF (Centrad), localizado em Taguatinga. A obra, feita para abrigar servidores do DF, entrou no olho do furacão da Lava Jato depois da delação de executivos da Odebrecht.

Terracap e BRB
Antes da projeção na Codeplan, Motta foi chefe da Coordenadoria de Planejamento e Modernização da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e secretário-adjunto de Desenvolvimento Tecnológico do DF. Assumiu a titularidade da pasta em 2006, ainda na gestão Joaquim Roriz.

Aliado antigo de Rosso, cresceu à medida que o amigo galgava degraus na política. Tanto que, em junho de 2010, após a passagem pela Codeplan, foi nomeado diretor do Banco de Brasília (BRB).

O cargo de presidente da Postalis — uma indicação do PSD — também veio graças à proximidade com Rosso. Motta tomou posse em 27 de julho de 2016, depois de atuar por três anos como diretor de Seguridade e diretor de Investimentos do fundo.

Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com o presidente da Postalis, mas o celular dele estava desligado na noite de terça-feira (30). Em nota sobre a delação do executivo da Andrade Gutierrez, Rosso disse estar “profundamente consternado e indignado com as mentiras, citações caluniosas e ofensivas” envolvendo o nome dele.

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