Prefeito de Rio Branco é levado para depor na Operação Buracos
Polícia Federal investiga desvios de R$ 700 milhões em obras para reformas de estradas no Norte do Brasil
atualizado
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O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), e sua mulher Gicélia Viana foram conduzidos coercitivamente pela Operação Buracos, deflagrada nesta segunda-feira (30/10) pela Polícia Federal em ação conjunta com a Procuradoria e a Controladoria-Geral da União. A ação investiga desvios de cerca de R$ 700 milhões em recursos públicos no âmbito do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Rondônia.
O esquema investigado envolve servidores do Deracre e do DNIT/RO, além de empresários. Os valores eram pagos por serviços não executados e materiais que nunca entregues. O grupo também se utilizava de funcionários fantasmas, segundo os investigadores.Marcus Alexandre, que foi diretor-presidente do Departamento de Estradas do Acre, é aliado do governador Tião Viana (PT). No sábado, o prefeito foi lançado pré-candidato pelo partido à sucessão de seu padrinho político.
Três servidores do DNIT/RO foram afastados de seus cargos por suspeita de envolvimento com a organização. São investigados os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Lucros para poucos
O nome da operação faz referência a uma assertiva de que “no Estado do Acre, buracos dão lucros para poucos!” Segundo a PF, foram apreendidos com um alvo da Operação Buracos R$ 15 mil em dinheiro e um revólver calibre 38. O inquérito foi aberto em 2013.
O delegado Jacob Melo, que conduz a operação, afirmou que a PF não tem interesses políticos em suas missões e se empenha na defesa da sociedade. “Temos interesse em investigar os fatos”, disse. Segundo ele, a PF investiga “do mendigo ao presidente da República”.
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Rio Branco, mas ainda não obteve retorno.