Por paz no PSL, Bolsonaro quer que Eduardo abra mão de embaixada
Presidente afirmou, no Japão, que seria “mais estratégico” que o filho “03” permaneça no Brasil “para ver o que pode catar de caco” da sigla
atualizado
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Em rápida entrevista no Japão, pouco antes de participar da cerimônia de ascensão ao trono do novo imperador japonês, o presidente Jair Bolsonaro declarou publicamente pela primeira vez que considera ser melhor – “mais estratégico” – que o filho “03”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), troque a possibilidade de uma indicação à embaixada do Brasil nos Estados Unidos pela permanência no Brasil “para pacificar o partido”.
“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil”, afirmou. “No meu entender, [o melhor] é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso. É igual um casal, chega um ponto de um problema que não tem mais retorno por parte de alguns.”
Bolsonaro sustentou, na conversa com os jornalistas que acompanham a viagem, que foi “vencido” ao sugerir, em reunião no Palácio do Planalto, que a liderança do PSL na Câmara, hoje no centro da conflagração que toma o PSL, ficasse com o deputado federal Filipe Barros (PR), não com Eduardo. Pouco antes, ele avaliara que a crise no partido, agravada pela deposição de Delegado Waldir (GO) da função de líder na Câmara, era como uma ferida: “Demora, mas cicatriza”.
“Vai se arrefecer. Eu me pergunto: o pessoal tirava foto comigo, agora tira com o [Luciano] Bivar [presidente nacional do PSL]. O que ele tem de mais bonito ou de melhor do que eu?”, ironizou o presidente, antes de anunciar que, na volta do giro pela Ásia e pelo oriente Médio que acaba de começar, procurará os aliados de Bivar para conversar e serenar os ânimos (com exceção daqueles que, segundo ele, teriam “ultrapassado o limite da razoabilidade”.