Polícia Federal prende o ex-governador do Rio Anthony Garotinho
O ex-chefe do Executivo fluminense apresentava seu programa diário na Rádio Tupi, na capital do estado, quando foi detido
atualizado
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A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (13/9) o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR-RJ). O ex-chefe do Executivo fluminense apresentava seu programa diário na Rádio Tupi, o Show do Garotinho, que vai das 9h às 11h, no momento da prisão. A sede da emissora fica em São Cristóvão, região central do Rio.
A Justiça condenou Garotinho por compra de votos e determinou que ele cumpra prisão domiciliar. Garotinho mora em Campos dos Goytcazes, seu berço político. Segundo a sentença, assinada pelo juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral, o ex-governador terá de usar tornozeleira eletrônica.
Além disso, o magistrado proibiu Garotinho de usar telefones celulares e restringiu contato pessoal apenas com advogados e familiares próximos — mãe, netos, filhos e a mulher, a ex-governadora do Rio Rosinha Garotinho. A medida será cumprida em Campos dos Goytacazes.Além da medida cautelar, Garotinho foi condenado à prisão em regime fechado por corrupção eleitoral, associação criminosa e supressão de documentos públicos. No entanto, essa condenação precisa ser confirmada em segunda instância para que a reclusão passe a vigorar.
A assessoria do ex-governador foi procurada pela reportagem, mas ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
O advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, divulgou a seguinte nota:
“A defesa do ex-governador Anthony Garotinho repudia os motivos apresentados para a prisão do ex-governador e entende que a decisão de mantê-lo preso em casa, em Campos, tem a intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais e, com isso, evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes, alguns deles que já foram até presos. A defesa nega as acusações imputadas a ele e informa que ele nunca nem foi acusado de roubo ou corrupção. O processo fala de suspeitas infundadas de compra de votos, o que por si só não justifica prisão”.
“A defesa afirma que a prisão domiciliar, além de não ter base legal, causa danos à sua família já que o impede de exercer sua profissão de radialista e sustentar sua família. A defesa do ex-governador irá recorrer da decisão”, finaliza o advogado.
Operação Chequinho
O ex-governador é investigado na Operação Chequinho, que apura um caso de compra de votos nas eleições de 2016, supostamente liderada por Garotinho, a partir do uso irregular do programa social Cheque Cidadão.
Garotinho, que nega envolvimento em atos ilícitos, chegou a ser preso preventivamente em novembro do ano passado. Ele passou mal, ficou internado e só depois foi levado para o presídio. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entretanto, revogou o mandado de prisão. À época, a Corte determinou o pagamento de R$ 88 mil de fiança e o proibiu de ter contato com as testemunhas do processo.
Na ocasião, ele foi preso acusado de comprar votos.
Em junho, a Justiça Eleitoral negou pedido de prisão do ex-governador. Na decisão, o juiz Glaucenir Silva de Oliveira afirmou que não consegue “enxergar como o réu poderia usar matérias nada jornalísticas para atacar autoridades”. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual em Campos dos Goytacazes.
Garotinho também foi acusado pelo promotor Leandro Manhães de ameaçar uma testemunha, por meio de terceiros. A suposta ameaça foi relatada pela radialista Elizabeth Gonçalves em depoimento à polícia em maio. (Com informações da Agência Estado)