PM diz que pagou boleto de R$ 16 mil para Flávio como um “favor”
O sargento também afirmou em entrevista à revista que fez outro repasse a fim de comprar panetones para clientes de sua empresa de segurança
atualizado
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Diego Ambrósio, o sargento da Polícia Militar que pagou um boleto de R$ 16,5 mil do apartamento de Flávio Bolsonaro, passou a quinta-feira (19/12/2019) em contato com o Bradesco, pedindo ao banco extratos que lhe permitam provar que ele não faz parte do esquema de desvio de dinheiro público de que Flávio é suspeito. Na entrevista ao colunista Guilherme Amado, da revista Época, Ambrósio deu a sua versão sobre o pagamento e sobre os repasses feitos por ele ao então deputado estadual e a dois ex-funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.
Eles se conheceram na campanha de 2010, apresentados por amigos em comum, alegadamente para que ele reunisse policiais da Baixada Fluminense num encontro com Flávio e Jair Bolsonaro, que tentavam a reeleição para deputado estadual e federal, respectivamente. Desde então, teriam passado a ser amigos, e Ambrósio sempre fez campanha para ele, sem nunca ter tido um vínculo empregatício.
Os pagamentos
De acordo com Ambrósio, o pagamento do boleto foi um favor a Flávio, feito durante o churrasco de comemoração em que eles estavam pelo resultado inesperado que o amigo tivera na eleição municipal de 2016 — em sua primeira tentativa num cargo majoritário, o hoje senador terminou em quarto lugar.
Para o colunista da Época, o sargento disse não se lembrar exatamente como foi reembolsado por Flávio, mas depois entrou em contato para informar ter lembrado que Flávio pagou os R$ 16 mil em espécie, e ele usou o dinheiro para pagar contas de sua empresa de serviços de segurança, a Santa Clara.
Ambrósio ainda admitiu que fez outro repasse, cujo valor ele não identificou, diretamente na conta da loja Kopenhagen de Flávio. Esse pagamento teria sido referente à compra de panetones para Ambrósio presentear seus clientes. Ele tem a empresa desde 2014, trabalho que ele acumula com o emprego na PM. Atualmente, ele está lotado na Delegacia de Gestão de Pessoal (DGP), a “geladeira” da corporação, onde muitos dos policiais que têm outras rendas costumam pedir lotação.