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Planalto adota estratégia para blindar governo no caso Queiroz

Assessores do presidente temem que desgaste em torno de Flávio Bolsonaro atinja presidente da República e atrapalhe sua administração

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bolsonaro e flávio
1 de 1 bolsonaro e flávio - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A revelação de que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu R$ 96 mil em 48 depósitos feitos no prazo de cinco dias levou o Palácio do Planalto a criar uma estratégia para estancar o escândalo. O objetivo é evitar que a polêmica em torno do filho do presidente Jair Bolsonaro atrapalhe sua gestão à frente do governo federal.

Integrantes da equipe ministerial foram orientados a evitar manifestações públicas sobre o assunto. O caso deve ser tratado, segundo a recomendação da cúpula do Planalto, como problema particular do senador eleito. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Os aportes financeiros foram feitos na conta do ainda deputado estadual Flávio (PSL-RJ) em 2017. Divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de sexta-feira (18/1), os aportes financeiros complicaram um pouco mais a situação do filho do presidente.

No governo, existe a preocupação de que o desgaste sofrido por Flávio desde a descoberta de movimentações atípicas nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz contamine as ações do presidente da República. A identificação das transações suspeitas nas contas de Queiroz foi feita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e divulgada no início de dezembro de 2018.

Nessa direção, o Palácio se movimenta para blindar Jair Bolsonaro de eventuais irregularidades praticadas no gabinete de Flávio. O silêncio em relação ao caso Queiroz foi respeitado por integrantes do governo e, até, pelos filhos do presidente. Até as 17h deste sábado (19/1), Flávio e os irmãos Carlos, vereador no Rio, e Eduardo, deputado federal (PSL-SP), não haviam postado qualquer mensagem sobre o assunto em seus perfis no Twitter, onde costumam se manifestar.

Na noite dessa sexta, a RecordTV divulgou entrevista na qual Flávio Bolsonaro se eximia de qualquer responsabilidade no caso Queiroz e acusava o Ministério Público do Rio de Janeiro de investigá-lo ilegalmente. Da mesma forma, seu sigilo bancário teria sido quebrado sem autorização judicial.

O senador eleito disse ainda que o pedido apresentado para o STF congelar a investigação não era na tentativa de impedir a apuração, mas apenas no sentido de a Corte dizer a qual foro ele deve prestar esclarecimentos, visto que assumirá mandato no Senado agora em fevereiro e, a partir de então, terá direito a foro privilegiado. Quanto ao segundo relatório do Coaf, que apontou a movimentação atípica em sua própria conta, Flávio Bolsonaro ainda não se manifestou.

Para reforçar a estratégia de proteção do presidente, os conselheiros palacianos sugerem que Flávio conceda entrevistas para dar explicações sobre o caso e ajudar os aliados a defender o governo do escândalo iniciado com a revelação das contas de Queiroz. Neste sábado, o senador eleito visitou o pai no Palácio da Alvorada.

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