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Bolsonaro chama nordestinos de “irmãos” e general de “melancia”

O presidente se manifestou, pelo Twitter, sobre a sua fala ao chamar os governadores nordestinos de “paraíbas”

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Por meio do twitter,  o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou, mais uma vez, sobre a polêmica envolvendo sua fala sobre nordestinos. Na rede social, o chefe do Palácio do Planalto negou que tenha usado o termo “paraíba” para se referir ao povo da região e disse que a frase que falou reservadamente ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi: “Daqueles governadores… o pior é o do Maranhão”.

Bolsonaro afirmou que não fez crítica ao povo nordestino e os chamou de “meus irmãos”. No texto divulgado na internet neste domingo (21/07/2019), o presidente ainda ataca: “Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, para me chamar de antipatriótico.”

O general da reserva, Luiz Rocha Paiva, integrante da Comissão da Anistia, disse que o comentário é “antipatriótico” e “incoerente”, segundo o Estado de S. Paulo. “Sem querer descobrimos uma melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI”, disse o presidente, pelas redes sociais

Processo

Alvo do presidente Jair Bolsonaro em declarações feitas nessa sexta-feira (19/07/2019), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), declarou à revista Época que estuda acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para denunciar o pesselista por racismo. Em áudio vazado, Bolsonaro usou o termo “paraíba”, considerado preconceituoso e ofensivo, para se referir aos gestores nordestinos.

Bolsonaro chamou Dino de “o pior” dos “governadores de ‘paraíba'”. “Não tem que ter nada com esse cara”, disse em conversa informal com o ministro Onyx Lorenzoni, no começo do café da manhã com jornalistas estrangeiros. Dino, em resposta, classificou as declarações como criminosas. “Configura um crime, previsto na lei que trata de racismo”, afirmou, em entrevista ao jornalista Guilherme Amado.

“Ele não pode falar assim. O presidente da República, ao dizer algo desse tipo, está praticando e incentivando que outros pratiquem o crime de racismo. Se ele não se explicar, vamos tomar providências junto à PGR para apurar a atitude dele”, completou Dino.

Repercussão

No sábado (20/07/2019), Bolsonaro relativizou a polêmica e disse que se tratou de “uma crítica em três segundos” e que a imprensa “fez uma festa” com a declaração. Ainda afirmou: “Eles, os governadores, são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo por meio da desinformação manipular eleitores nordestinos”, disse, ao deixar o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

As falas do presidente ressoaram no mundo político. Ciro Gomes (PDT) repudiou essa e outras declarações do presidente, chamando-o de “Magda das milícias”, em referência ao bordão da série de comédia Sai de Baixo. A cantora Alcione, maranhense, gravou um vídeo falando que o pesselista precisa respeitar o estado, os nordestinos e os brasileiros.

Em nota coletiva, governadores do Nordeste repudiaram a postura do pesselista. “Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia”, diz o comunicado.

A bancada maranhense na Câmara considerou a fala como “inaceitável”. “Na democracia, não é aceitável que um Presidente da República determine a um Ministro de Estado perseguição a um ente federado e, por consequência ao seu povo, por questões políticas”, destaca, em carta aberta.

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