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Partidos da oposição na Câmara realizam ato contra racismo

Protestos ocorrem um dia após deputado do PSL quebrar placa parte de exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra

atualizado

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Ato contra racismo na Câmara
1 de 1 Ato contra racismo na Câmara - Foto: Mayara Oliveira/Metrópoles

Partidos da oposição na Câmara dos Deputados realizaram, na tarde desta quarta-feira (20/11/19), ato em protesto contra a atitude do deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), que arrancou e quebrou, nessa terça-feira (19/11/2019), uma placa que fazia parte de uma exposição de arte em homenagem ao Dia da Consciência Negra, lançada em um dos corredores da Câmara dos Deputados.

Gritando “racistas, fascistas, não passarão”, parlamentares entraram no local onde a exposição está mantida, segurando cartazes com os dizeres “vidas negras importam”. O ato durou cerca de 30 minutos.

Durante a manifestação, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que o racismo “ocupa tantos lugares que ele já foi naturalizado”. “O Estado brasileiro mata. E mata, principalmente, pessoas negras. Esse protesto significa um ato de rebeldia pelo o que é certo e justo pela dignidade humana”, declarou.

Para o deputado David Miranda (PSol-RJ), o ato representou uma atitude de que negros “jamais se calarão”. “[A atitude do deputado Coronel Tadeu] Se trata de um racismo institucional. Nós [negros] somos barrados nas portas, somos definidos como inferiores. Somos parlamentares de segunda instância? Não somos. Somos resistência. Somos potência”, enfatizou.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que a sociedade não suporta que negros tenham consciência do racismo. “O Dia da Consciência Negra não é para nós, negros, mas para falar para a sociedade brasileira que o problema está nas pessoas que não entendem que o Brasil explorou os negros e continua explorando”, relatou.

Na contramão, durante outra coletiva no Salão Verde da Câmara, o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que a atitude do deputado Coronel Tadeu foi “uma defesa dos profissionais de segurança pública”.
Segundo o parlamentar, o cartaz fazia uma visão “parcial” que remetia a uma “generalização de que todos os policiais contribuem para a morte de negros no Brasil”.

“É certamente tão preconceituoso quanto o racismo. Ter preconceito com um grupo de brasileiros que expõem suas vidas todos os dias em prol do restante da sociedade brasileira”, disse.

Representação por racismo
Durante coletiva de imprensa realizada após o ato, a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB), informou que partidos da oposição entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Tadeu, além de uma representação por racismo na Procuradoria-Geral da República.

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